Investigação

'A casa de rações prosperava e isso causou uma grande revolta': delegada afirma que crime foi motivado por concorrência

De acordo com a delegada, o fato do comércio de Roberto, irmão da funcionária, estar fazendo sucesso pode ter despertado o sentimento de vingança na empresária

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 30/09/2021 às 20:10 | Atualizado em 30/12/2021 às 17:22
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Em entrevista à TV Jornal, a delegada Estefânia Azevedo detalhou que o assassinato da funcionária Suzane Neves de Almeida, em uma casa de rações localizada na Rua Manoel Pereira de Albuquerque, em Matinha, Abreu e Lima, no Grande Recife, foi um crime motivado por concorrência.

De acordo com a delegada, o fato do comércio de Roberto, irmão da funcionária, estar fazendo sucesso pode ter despertado o sentimento de vingança na empresária. O irmão da vítima era, inclusive, o alvo.

"A casa de rações prosperava e isso causou uma grande revolta entre ela e o companheiro dela, que se encontra recluso. E fez com que eles arquitetassem o crime. Eles pretendiam também matar o irmão de Suzane, mas os algozes só encontraram Suzane. O crime foi uma execução covarde", disse a delegada Stefany Azevedo.

A delegada revelou ainda que, para matar os dois (Suzane e o irmão), seria pago a quantia de R$ 25 mil aos dois executores. "Para matar um deles, foi pago a quantia de R$ 10 mil", contou. A ex-patroa foi presa nesta quinta pela polícia por ser a principal suspeita de ter mandado matar Suzane.

Ainda segundo a polícia, o companheiro da empresária, também é um dos autores intelectuais do crime. Ele já se encontrava recluso no sistema prisional desde dezembro do ano passado.

Ao todo, oito pessoas estavam envolvidas no crime, entre elas, dois presos que já estavam reclusos na prisão. "A mandante e um dos executores já estão presos. Além dos autores do crime, ainda tem o apoio do motorista e uma pessoa que fica armada dando cobertura aos outros", revelou a delegada.

>>Irmão de mulher morta em casa de rações, em Abreu e Lima, diz que família imaginava que empresária fosse mandante do crime

Irmão da vítima

Em entrevista à TV Jornal nesta quinta-feira (30), Roberto Ferreira, o irmão da funcionária informou que a família já imaginava que a ex-patroa, a empresária, de 51 anos, fosse a mandante do crime.

"Não tinha mais ninguém na cabeça a não ser ela, entendeu. A gente já tava querendo justiça de todo jeito, tanto é que, minha mãe já sabia, já desconfiava. Todo mundo alertando. Os clientes falavam também. Cuidado com essa mulher, falavam", contou ele.

Ao saber da prisão da empresária, a família da funcionária agradeceu o trabalho da polícia.

O crime

Câmeras de segurança registraram imagens do estabelecimento. A funcionária, conhecida como Suzana, estava no caixa da loja quando dois suspeitos invadem o local. Abordada pelos criminosos, ela entrega o celular, dinheiro do caixa e no momento em que está retirando o relógio do pulso, os homens atiram contra ela.

A família confirmou a morte da vítima na noite do dia 21 de setembro. Depois da investida criminosa, Suzane foi levada para a UPA de Cruz de Rebouças e, em seguida, transferida para o Hospital da Restauração, na Área Central do Recife, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.