GOLPES

Fraudes bancárias crescem 165% em 2021

Pessoas sem conhecimento de segurança digital são os alvos preferenciais dos criminosos

TV Jornal
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Publicado em 29/10/2021 às 17:25 | Atualizado em 18/01/2022 às 16:22
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
FOTO: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

De acordo com um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os golpes contra clientes de bancos cresceram 165% no primeiro semestre deste ano, quando comparados ao mesmo período de 2020.

As fraudes que mais aumentaram foram as chamadas “engenharia social”, em que a vítima é manipulada e levada a fazer ações em benefício dos golpistas. Esse crescimento ocorre, entretanto, em um contexto em que o celular já responde por mais da metade das transações bancárias.

Segundo a Febraban, a pandemia aumentou a importância desses aparelhos, que passaram a ser usados por pessoas que antes sequer tinham conta em banco. Os aplicativos para smartphone foram usados em 51% das transações em 2020. Em 2016, o percentual era de 28%.

Os golpistas tendem a se aproveitar da falta das informações das vítimas para induzi-las a fazer transferências e depósitos, o que é mais fácil do que burlar os sistemas de segurança dos aplicativos e dos bancos.

Quais são os golpes bancários mais comuns?

  • Fraude phishing

As tentativas de golpe do tipo phishing cresceram 26%. Os criminosos enviam e-mails ou mensagens por WhatsApp para tentar obter dados ou induzir as pessoas a clicar em páginas falsas de bancos.

  • Golpe do falso motoboy

O criminoso entra em contato com a vítima passando-se por funcionário do banco e diz que o cartão foi fraudado, pede a senha e instrui a pessoa a cortar o cartão. No entanto, o chip fica preservado.

Um suposto funcionário do banco vai à residência da pessoa sob o pretexto de retirar o cartão para que um novo seja emitido. Com a senha e o chip, os golpistas podem fazer transações e sacar dinheiro em nome da vítima.

  • Golpe do falso funcionário de banco

Essa modalidade cresceu 62% no início de 2021. Nela, o golpista liga para a vítima e se faz passar por funcionário de uma instituição com a qual a pessoa tem relação. O criminoso informa a vítima sobre supostos problemas de segurança, como a conta invadida ou clonada, para conseguir dados pessoais e financeiros.

Durante a ligação, o criminoso pede ainda que a vítima digite a senha do cartão. Com essas informações, ele pode fazer retiradas de contas da vítima.

  • Golpe de empréstimo e vendas de produtos

Nessas fraudes, os golpistas oferecem vendas ou empréstimos com condições aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, induzem o senso de urgência nas vítimas para que elas façam depósitos sob o pretexto de não perderem a oportunidade das ofertas.

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Como identificar golpe de banco?

A Febraban alerta que os golpistas tentam provocar medo na vítima para que ela aja por impulso e siga as instruções dos criminosos. Por isso, é importante lembrar que, em nenhum contato real de bancos, serão solicitados:

  • Senhas;
  • Números de cartão;
  • Realizar transferências.

Em caso de dúvida, o cliente deve desligar e telefonar por conta própria para os canais de atendimento informados no verso do cartão bancário.

Além disso, a Federação também relata que nenhuma modalidade de empréstimo solicita pagamentos antecipados. No caso de compras online, é importante fazer em páginas seguras e certificadas.

Outros cuidados que os clientes devem tomar:

  • Sempre desconfiar de ofertas não solicitadas ou descontos muito acima do esperado;
  • Verificar com cuidado os endereços de e-mail e das páginas, principalmente as que tentam simular, com troca de letras ou domínios do exterior, os sites oficiais dos bancos.

De acordo com a Febraban, os bancos investem R$ 2,5 bilhões por ano em segurança digital. Porém, em casos em que as vítimas fazem os depósitos ou entregam informações para os criminosos, o entendimento dos bancos é que a fraude não envolveu o sistema, por isso, não há chance de ressarcimento.

* Com informações da Agência Brasil