Crime

Novo caso: Mulher é atacada com substância química no Recife

Uma mulher de 28 anos sofreu queimaduras pelo corpo após ser abordada por duas pessoas que jogaram uma substância química nela. A família suspeita que o ex-marido da mulher possa ter envolvimento no crime

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 17/07/2019 às 17:15
Arquivo/JC Imagem
FOTO: Arquivo/JC Imagem

Após o caso de uma mulher atingida no rosto e corpo com ácido sulfúrico pelo ex-companheiro e o amigo dele, uma gestora de recursos humanos de 28 anos foi atacada, nesta quarta-feira (17), com uma substância química no bairro do Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife. De acordo com familiares, com queimaduras nas costas, tórax e pescoço, a mulher foi socorrida por uma vizinha e levada para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central do Recife. A família suspeita que o ex-marido da vítima possa ter relação com o crime.

Para a polícia, a vítima relatou que, por volta das 12h, saía da escola onde trabalha para almoçar em casa, quando foi abordada por duas pessoas encapuzadas em uma motocicleta. Ainda segundo a vítima, recentemente, ela foi assaltada e ameaçada de morte. A família teme que o ex-marido esteja envolvido nos crimes, já que ele não aceitou o pedido de divórcio.

Segundo o delegado Diego Acioly, que está à frente do caso, inicialmente, a polícia não pode afirmar que houve uma tentativa de feminicídio.

Caso semelhante

O suspeito de 30 anos, com a ajuda de um amigo de 20 anos, teria jogado ácido sulfúrico na ex-companheira, com quem tem um filho, na noite do dia 4 de julho. A mulher está internada Hospital da Restauração, correndo risco de morte e de perder a visão, com 38% do corpo atingido por queimaduras de graus II e III, na cabeça, pescoço, tronco, coxas e órgãos internos, já que o ácido atravessou o tórax da vítima.

O cúmplice foi preso em flagrante na sexta-feira (5) e, nessa segunda-feira (08), o suspeito se entregou à polícia. Os dois foram levados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). Eles prestaram depoimentos, apresentando versões que “não se sustentam e não são harmônicas entre si”, segundo a delegada.

Ainda segundo a polícia, um recipiente plástico vazio, uma garrafa de ácido sulfúrico também vazia, cabelo humano e uma presilha de plástico foram apreendidos no local.

Denúncias da vítima contra o suspeito

A vítima já havia registrado três boletins de ocorrência contra o ex-companheiro. O primeiro, em 13 de maio, quando ela foi física e verbalmente agredida por ele. Na ocasião, foi solicitada uma medida protetiva, mas o acusado não foi localizado e não recebeu a notificação da medida.

Em 23 de maio, ela voltou à delegacia para registrar o segundo boletim de ocorrência. Desta vez, ele havia enviado para a irmã dela um vídeo de conteúdo violento, relacionado ao assassinato de uma mulher e dizendo que não faria isso com ela apenas por ser mãe do filho dele.

Uma briga entre a vítima e a atual mulher do suspeito teria sido a motivação para o terceiro boletim de ocorrência. A duas trocaram agressões em uma parada de ônibus. A vítima contou o acontecido para a mãe do suspeito, ele revoltou-se com a atitude dela em envolver a mãe dele, afirmando que a ex-companheira iria pagar. "A mãe dele respondeu dizendo que se ele fosse fazer algo contra a ex-companheira, teria de fazer contra ela também porque antes de ser mãe dele ela era mulher também e não admitia aquele tipo de violência", detalhou a delegada.

A vítima registrou o terceiro boletim de ocorrência em 1º de junho e em 5 de junho a notificação de medida protetiva foi entregue ao suspeito.

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