Havia a expectativa que Sarí Corte Real, atuada por homicídio culposo pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, prestasse depoimento nesta segunda-feira (15). No entanto, quem compareceu à delegacia de Santo Amaro foi o advogado dela, Pedro Avelino, para ter acesso aos depoimentos de pessoas que já foram ouvidas pela Polícia Civil até o momento.
''A gente veio ver os depoimentos feitos na semana passada, que até então não tinham sido encartados no inquérito policial. A gente está aguardando ainda a elaboração do laudo pericial para só então o marcar o depoimento de Sarí Gaspar.'', afirmou.
O advogado de defesa de Sarí Corte Real também esclareceu o motivo pelo qual a cliente dele ainda não compareceu para falar o delegado Ramon Teixeira, que é o responsável pela investigação da morte do menino de 5 anos.
''No dia prisão em flagrante, ela ficou bastante surpresa e muito abalada, e recebeu uma orientação do advogado que instruiu (Sarí) por telefone em permanecer em silêncio. Após a nossa contratação, colocamos à polícia que, quando achar necessário ouvir, ela está a disposição'', completou.
- Ex-síndico de prédio afirma que local onde Miguel subiu antes de morrer está de acordo com as normas
- "Aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento", diz mãe de Miguel sobre Sarí
- "Essa carta não chegou a mim, chegou à mídia", fala mãe de Miguel sobre carta da patroa
- Caso Miguel: Nova perícia é realizada em prédio no Recife onde morreu Miguel
- Gerente de operações do prédio onde Miguel morreu discorda de ex-síndico sobre acesso ao local da queda
Outros depoimentos
Na última sexta-feira (12), prestaram depoimento à polícia a manicure que atendia Sarí no momento do acidente e um funcionário do edifício. A manicure não quis falar com a imprensa sobre o caso. Já o gerente de operações do prédio, Thomaz Silva, disse que não iria sair em defesa de ninguém, mas afirmou que Sarí ajudou a mãe a socorrer a criança. Apesar de ter sido autuada em flagrante, a primeira-dama de Tamandaré pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada pela polícia.
O condomínio onde Miguel morreu já passou por três perícias, desde o último dia 2 de junho, mas ainda não há informações sobre os laudos.
Delegado só vai falar após conclusão do inquérito
Segundo informações apuradas pela reportagem da TV Jornal, o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, disse que só vai falar sobre o assunto após a conclusão do inquérito.
Carta falsa
O prefeito de Tamandaré e esposo de Sarí Corte Real, Sergio Hacker, prestou queixa na polícia e afirmou que a carta com a assinatura dele que circula na cidade de Tamandaré é falsa. Na carta, seria relatada a suposta informação de que os empregados domésticos dele, incluindo, Mirtes, a mãe do Miguel, dona Marta, a avó do menino, além de uma outra pessoa, seriam os funcionários que estariam recebendo o salário mensal com o dinheiro público. Por nota a Polícia Civil disse que o caso está sendo investigado pela delegacia de Tamandaré, que tem como titular o delegado Tiago Gontijo.
Relembre o caso
Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de um dos apartamentos do Condomínio Píer Maurício de Nassau, também conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.
A patroa dela, Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), foi presa em flagrante, indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil. O fato aconteceu quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto. A polícia tem até o dia 02 de julho para concluir o inquérito, mas o prazo pode ser prorrogado.