Mães de bebês com microcefalia denunciam a falta de assistência médica que as crianças vem enfrentando em Pernambuco. De acordo com elas, muitos bebês não estão sendo devidamente acompanhados, o que pode comprometer a saúde deles. É o caso do pequeno Davi, de 2 anos. A mãe, a dona de casa Milena Ferreira, conta que o menino precisa realizar uma fisioterapia respiratória, mas não tem conseguido. “O meu medo agora é que aconteça algo pior, porque ele já teve uma infecção respiratória e tem muitas crianças morrendo por conta disso”, comentou.

Por causa deste e de outros casos de crianças que não conseguem atendimento médico, a União de Mães de Anjos (UMA) está preocupada com o número de mortes relacionadas à microcefalia em Pernambuco. De acordo com o grupo, na semana passada, 3 bebês morreram, em 48h. “A intensão é conscientizar a sociedade da realidade do nosso dia-a-dia, da assistência que é prestada, porque muitos têm o conhecimento de que é tudo perfeito, que todo mundo recebe um atendimento de qualidade, que essas crianças estão todas amparadas e que há uma atenção redobrada em cima delas”, comentou Germana Soares, Presidente da Uma.

SES

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) não reconhece que há um problema no acompanhamento das crianças com microcefalia, e disse que a rede de atendimento aumentou de duas para 32 instituições, desde 2015. Sobre o caso de Davi, ele será atendido por um gastropediatra no Hospital das Clínicas (HC), em data ainda a ser definida.