SAÚDE

Desde 2012, Pernambuco não reduz taxa de mortalidade pela Aids

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/12/2017 às 15:59

-Agência Brasil

Da década de 1980 até os dias atuais, o tratamento da aids evoluiu e abriu caminhos para deter a progressão da doença e proteger os pacientes de infecções oportunistas – aquelas que tiram vantagem da fraqueza do sistema imunológico de quem convive com os efeitos do HIV, o vírus da aids. Na contramão do avanço, não se vê queda na taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) pela doença, em Pernambuco, desde 2012, quando se atingiu 6,7 óbitos por 100 mil habitantes. Com base em 2016, percebe-se que o índice praticamente se mantém – e numa época em que o Brasil se tornou o primeiro país da América Latina a incorporar o dolutegravir, considerado atualmente o melhor medicamento para o HIV, segundo o Ministério da Saúde (MS). A taxa atual de mortalidade no Estado é quase três vezes maior do que a atingida em 1999 (2,3), quando MS passou a disponibilizar 15 medicamentos antirretrovirais. As informações são do JC Online.

Mortalidade

“A mortalidade relacionada à aids está condicionada a dois fatores: à adesão ao tratamento e à detecção tardia da soropositividade para o vírus. Há um hiato de tempo entre a contaminação e o desenvolvimento de sintomas, quando aparece a baixa da imunidade. Esse intervalo pode durar de dois a quatro anos. E geralmente é nesse momento que a pessoa descobre a doença, o que aumenta a chance de mortalidade”, frisa o infectologista Tomaz Albuquerque, do Hospital Esperança e do Correia Picanço, que é referência estadual para o tratamento da aids. No caminho oposto, segundo o médico, a detecção do HIV, em poucas semanas após a contaminação, faz a chance de morte por aids ser reduzida.

Os dados apresentados, no último dia 23, pelo MS, no Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, apontam que a adesão à terapia antirretroviral é um desafio a ser enfrentado no País. Cerca de 70% das pessoas vivendo com HIV (com, pelo menos, uma dispensa de medicamentos em 2016) seguiam corretamente o tratamento. A taxa de abandono ou interrupção da terapêutica, contudo, é de 9% – e permanece constante desde 2013. Assim, o diagnóstico precoce, seguido da adesão ao tratamento, é a máxima a ser seguida.

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