Respeito

O fracasso do Vagão Rosa no metrô do Recife

TV Jornal
TV Jornal
Publicado em 21/03/2018 às 17:35

-Reprodução/TV Jornal

Em janeiro do ano passado, foi inaugurado no metrô do Recife o projeto que limita o uso de um vagão nos trens exclusivamente para as mulheres. O Vagão Rosa, enquanto havia fiscalização, resistiu por seis meses. Hoje, ainda é possível ver o adesivo cor de rosa em algumas das composições que operam na Linha Centro do sistema, mas o respeito ao serviço, esse é difícil de encontrar.

O espaço que deveria ser exclusivo para o uso feminino era proposto para evitar um dos maiores problemas que as mulheres enfrentam no transporte público: o assédio. "Era lotado porém era mais seguro, não tinha assédio, porque era exclusivo. A gente se sentia segura. Muito mais segura.", a operadora de telemarketing, Naiara Moura.

A falta seguranças para rodar dentro dos trens, impedindo a entrada de homens e adolescentes, foi a justificativa dada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para a suspensão do Vagão Rosa. Pra quem já sofreu assédio dentro do metrô, resta a preocupação. "Era mais seguro, mais confortável, não por questão de ser mais vazio, mas sim por não ter que se preocupar se tem algum homem perto de mim.", contou uma passageira.

Novas alternativas

Por meio de nota a CBTU Recife informou que o primeiro vagão exclusivo para mulheres foi implantado de forma experimental em janeiro de 2017 e, em março, um outro vagão passou a funcionar também com seguranças nos horários de pico e uso exclusivo de mulheres. Após a fase de testes, os seguranças foram retirados, pois sua presença representaria um alto custo financeiro para a empresa, mas foi verificado que não houve respeito por parte dos homens aos horários estabelecidos. A companhia disse que irá estudar novas alternativas para resolver a questão.

+VÍDEOS