Ilegalidade

Operação mira empresas suspeitas de instalar gás ilegalmente em carros

TV Jornal
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Publicado em 29/03/2019 às 16:55

-Reprodução/TV Jornal

O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e a Delegacia de Defesa do Consumidor notificaram sete empresas que faziam instalação do Gás Natural Veicular (GNV) de forma irregular. De acordo com a coordenadora de Qualidade Industrial do Ipem, Leila Pinheiro, foi feita uma denúncia na ouvidoria do órgão de que oito empresas realizavam o serviço de instalação, mas em uma, o serviço não foi constatado.

Segundo Leila, para que as empresas instalem os kits de GNV é necessário que possuam autorização do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). "O objetivo da operação em conjunto com a Delegacia de Defesa do Consumidor foi atingido, que era encontrar as empresas que não tinham autorização do Inmetro para fazer as instalações de kits de gás veicular", afirmou a coordenadora. "É importante que as empresas interessadas em realizar essa atividade, procure o Ipem, que é o órgão delegado do Inmetro aqui em Pernambuco, e nós vamos orientá-los a trabalhar de acordo com os itens da portaria 91/2007", completou.

Itens

A portaria 91/2007 do Inmetro aponta vários itens nos quais o instalador de kits de GNV deve possuir. Pulmão de GNV, analisador de emissão de gases poluentes, multímetro, rastreador de injeção eletrônica, detector de vazamento de GNV ou dispositivo compatível, são algumas das obrigatoriedades exigidas pelo órgão.

De acordo com Leila, ao solicitar a instalação, o consumidor deve estar atento se a empresa é uma instaladora registrada pelo Imnetro. "Todas as instaladoras regulamentadas possuem um selo, parecido com um diploma", alertou. As empresas irregulares foram notificadas pelo Ipem e indiciadas pela Delegacia de Defesa do Consumidor. "Nós já autuamos as instaladoras e elas certamente serão multadas", afirmou a coordenadora de Qualidade Industrial.

De acordo com a delegada titular da Delegacia do Consumidor, Beatriz Gibson, os funcionários das empresas autuadas não possuíam treinamento para realizarem as instalações. "Todas essas irregularidades causam um perigo iminente para toda a sociedade. Não é só a pessoa que está no veículo com o GNV instalado de forma errada, quem está no trânsito, próximo ao gás, também vai sofrer os danos", afirmou a delegada.

Ainda segundo a delegada, dos sete inquéritos instaurados, cinco já foram encaminhados à Justiça. "Os proprietários das outras duas empresas deram entrada na documentação, mas isso não significa que essa pessoa não vai ser indiciada. Na época da fiscalização, essas pessoas não possuíam documentação. Essas fiscalizações continuarão e, com certeza, as multas serão aplicadas", esclareceu.

Procura pelo GNV

A procura pelo Gás Natural Veicular (GNV), de acordo com a titular da Delegacia de Defesa do Consumidor, é maior pelas pessoas que têm um gasto alto de combustível, como por exemplo, veículos de aplicativo, de frotas de táxi e transporte escolar. "Instalar os kits de forma irregular é um crime. Ele está previso na Lei 8.176 e a pena é de um a cinco anos de detenção", afirmou.

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