FENÔMENO ASTRONÔMICO

Estrela de Belém: público se reúne no Alto da Sé, em Olinda, para assistir o fenômeno

A Estrela de Belém ficará visível no céu depois de 800 anos. Entenda o porquê

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 22/12/2020 às 19:00 | Atualizado em 23/03/2023 às 11:41
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Muita gente se reuniu, nessa segunda-feira (21), no Alto da Sé, em Olinda, para observar o ápice de um evento astronômico raro: o alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno, os maiores do sistema solar, popularmente conhecido como 'Estrela de Belém'.

O fenômeno ficou visível no céu depois de 800 anos e já está podendo ser visto.

>> Estrela de Belém já pode ser vista no céu do Recife; confira imagens

Assista na reportagem completa a reação da população com a Estrela de Belém:

O repórter cinematográfico Felipe Ribeiro, da Agência JC, fez imagens do evento, diretamente do bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife.

Veja a explicação científica sobre o fenômeno astronômico: 

Encontro dos planetas gigantes

O alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno com a Terra é considerado relativamente raro por que ocorre a cada 20 anos, mas, desta vez, é ainda mais.

Isso, porque tamanha proximidade entre os planetas não era vista há séculos. O escalonamento deste alinhamento já pode ser observado.

''O que é mais interessante observar na grande conjunção é que ela pode ser acompanhada ao longo do mês. No horizonte oeste, após o pôr do Sol vai observar dois pontos que parecem duas estrelas, mas são Júpiter e Saturno", diz o professor.

Ele completa: "Noite após noite estarão mais próximos um do outro. O ápice deste encontro será no dia 21. E depois disso, poderão continuar a observar o distanciamento''.

Galeria de fotos da Estrela de Belém no céu de Olinda

O fenômeno astronômico já iniciou e se aproxima do ápice

O fenômeno astronômico, que não acontece desde a Idade Média, já está ocorrendo, desde a quinta (16). Até 25 de dezembro, a percepção será de que os dois planetas estarão separados por menos do que um diâmetro de lua cheia.

Na noite de maior aproximação, em 21 de dezembro, eles se parecerão com um planeta duplo, separados por apenas um quinto do diâmetro da lua cheia”, explica o astrônomo da Rice University, Patrick Hartigan.

Embora as melhores condições de visualização sejam próximas ao Equador, o fenômeno poderá ser observado em qualquer lugar da Terra, se o clima permitir.

Hartigan explica que a dupla planetária aparecerá baixo no céu ocidental, por cerca de uma hora, após o pôr do sol, todas as noites.

“Para a maioria dos observadores do telescópio, cada planeta e várias de suas maiores luas estarão visíveis, no mesmo campo”, acrescentou.

Segundo o astrônomo, alinhamentos entre esses dois planetas são bastante raros.

“No entanto, esta conjunção é excepcionalmente rara, por causa da maior proximidade entre eles. Você teria que voltar até um pouco antes do amanhecer de 4 de março de 1226 para observar um alinhamento mais próximo entre esses objetos visíveis no céu noturno”, complementou.

A próxima vez em que esse vento ocorrerá será no dia 15 de março de 2080. Após isso, só depois do ano 2400.

A física explica: como ver o fenômeno astronômico de forma segura?

Segundo os estudiosos no assunto, a expectativa é que o alinhamento faça com que os dois astros fiquem bastante brilhantes.

O fenômeno pode ser visto a olho nu.

Da Terra, o evento não era visto há quase 800 anos, desde 1226. Em entrevista ao Passando a Limpo da Rádio Jornal, o professor do departamento de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Antônio Carlos de Miranda deu dicas de como ver o fenômeno.

“Hoje, depois que o Sol se põe, perto das 18h, teremos mais uns 40 minutos, porque os dois planetas vão estar a 20º acima do horizonte poente. Se tiver uma árvore, um prédio na frente, não vê. Você tem que te rum local para ver o horizonte", explicou o especialista.

Ele ressalta: "Agora, eles já estão juntos, mas nós não estamos vendo por conta do Sol. É muito bonito. Você pode ver com um binóculo, mas a olho nu, também vê. São dois pontinhos um ao lado do outro. Um é Júpiter e o outro é Saturno. É uma beleza!”

Confira calendário com mais fenômenos astronômicos em dezembro

  • 21 de dezembro: Acontecerá a grande conjunção entre Júpiter e Saturno, que a olho nu estarão tão próximos que parecerão ser uma estrela só. Eles serão visíveis a partir do pôr do Sol, às 18h57, e ficarão no céu até sumirem sob o horizonte às 20h46.
  • 21 de dezembro – Solstício de verão: o Sol atinge o seu maior afastamento do equador, na direção do polo sul.
  • 21 e 22 de dezembro: Ocorrerá um pico da chuva de meteoros Ursídeos, que tem esse nome pois parecem surgir da constelação de Ursa Maior.
  • 23 de dezembro: Será a conjunção da Lua com Marte, às 15h31. Neste momento a Lua já estará visível no céu, mas Marte só será visível a partir do pôr-do-sol, às 18h30, até as 1h13 do dia 24, quando se põe atrás do horizonte.
  • 29 de dezembro: A Lua cheia de dezembro, conhecida nos EUA como a “Lua Fria”, começa às 0h28.

Fenômeno astronômico de Solstício de verão

Você sabia que existe um dia específico do ano mais longo que os demais? Esta segunda-feira (21) será o dia do solstício de verão no Hemisfério Sul.

O fenômeno é o momento em que um dos hemisférios está mais voltado para o sol.

Dessa forma, ele fica mais iluminado e por mais tempo, fazendo esse dia alcançar o pico de duração em todo o ano.

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