Placas de aluguel e portas fechadas. Esse é o cenário encontrado, em pleno horário de pico, pelas pessoas que frequentam o Centro do Recife - famoso por concentrar lojas de produtos variados e confecções. O motivo, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Frederico Leal, é a pior crise do comércio nos últimos 15 anos.
Quem resiste, precisa lidar com a queda nas vendas e com o fechamento de lojas vizinhas. "A gente está tentando. Se esforçando ao máximo por que acreditamos no amanhã", desabafa o comerciante Josafá Rodrigues, que mantém uma das poucas lojas em funcionamento em uma galeria.
A crise que afeta o setor foi constatada pela Confederação Nacional de Bens e Serviços (CNC) em pesquisa divulgada esta semana. Só em Pernambuco, 2 mil estabelecimentos foram fechados em 2015 - 100 mil em todo o país. Em comparação com 2014, o encolhimento no número de lojas funcionando foi de 13,2%.
O segmento mais afetado foi o de material de construção, que teve 18,3% das lojas fechadas. Em segundo, o setor de informática e comunicação, com 16,6%; móveis e eletrodomésticos, 15%; e o setor de confecções, mercados e mercearias, que, juntos, teve 45% das lojas fechadas.
Um dos principais motivos, segundo economistas, é a inflação e os juros em alta. "O comércio precisa que as famílias estejam confiantes. A renda delas caiu e teve que ser direcionada para itens essenciais, como alimentação, transporte, habitação...", comenta o economista Rafael Ramos.
Para o presidente da CDL Recife, Frederico Leal, a saída para enfrentar a crise é cortar gastos, diminuir a margem de lucro e negociar com fornecedores. O desafio é grande, mas é preciso ser "um otimista responsável", finalizou.
TV Jornal Meio Dia
Por Anne BarrettoFique sabendo das principais notícias do Estado, os fatos do dia, além das denúncias de problemas e a cobrança de soluções. Tudo em um telejornal que dá vez e voz ao telespectador