EDIFÍCIO HOLIDAY

No segundo dia após interdição, Holiday ainda não está desocupado

TV Jornal
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Publicado em 22/03/2019 às 11:55

-Leo Motta/JC Imagem

Após o início da instalação de tapumes pela Secretaria de Defesa Social (SDS) no Edifício Holiday nessa quinta-feira (21), o prédio esteve, na manhã desta sexta-feira (22), rodeado por equipes de policiais militares e guardas municipais, que passaram a noite anterior de plantão para acompanhar a saída dos últimos moradores.

Nesta sexta-feira (22), segundo dia após a interdição do edifício, ainda havia pessoas dormindo nos apartamentos por não terem para onde ir. Comerciantes que possuem seus negócios no entorno do Holiday também tiveram que deixar o local.

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Cronograma de atividades

Com o objetivo de facilitar a saída dos moradores, a Polícia Militar (PM) está entregando às famílias um cronograma de atividades, "visando a integração, a transparência e a otimização dos esforços", conforme nota da SDS. Neste primeiro dia após o fim do prazo para desocupação, apenas as pessoas deixarão as residências e, nos dias seguintes, serão removidos os móveis e pertences, começando pelo 17º andar e terminando com mobília e materiais do térreo.

Segundo o juiz Luiz Rocha, autor da decisão que determinou a desocupação do Holiday, se, apesar da operação, os moradores permaneceram no edifício, eles serão retirados mediante uso de força policial. “Não me parece, portanto, que a decisão de permanecer no prédio seja a mais correta. Não considero razoável”, falou o juiz em entrevista ao Bom Dia Pernambuco, da TV Globo, nessa quarta (20).

A cozinheira Elisabete Cristina, 48 anos, e sua família são alguns dos moradores que ainda resistem em sair do Holiday, onde moram há 15 anos. "Eu tenho 48 anos, nunca passei por uma humilhação tão grande como essa. Isso aqui é minha casa. Moro aqui dentro há 15 anos. E agora a gente não sabe onde vão nos jogar", disse Elisabete.

Para Elisabete, a decisão judicial que determinou a interdição do imóvel é injusta. "Isso é injusto com a gente. A gente não é marginal. A gente vive trabalhando. Nós somos pobres honestos", reclamou a moradora.

Abrigo

De acordo com a secretaria-executiva de Assistência Social do Recife, Geruza Felizardo, os moradores ainda podem procurar as equipes da Prefeitura do Recife para pedir apoio na mudança ou acomodação em um abrigo da cidade. Geruza ainda afirmou que os condôminos poderão procurar o Centro de Referência em Assistência Social, no bairro do Pina, também na Zona Sul, após o desmonte da estrutura montada pela Prefeitura para auxiliá-los.

"Eles podem a qualquer momento procurar o abrigo. Nós estamos, por enquanto, com uma estrutura lá (no Holiday), mas mesmo após a estrutura sair de lá, eles poderão procurar o CRAS, no Pina", disse, completando que, mesmo aqueles que já foram para casas de parentes, podem solicitar apoio do CRAS.

Futuro do Holiday

Mesmo com a interdição e desocupação do Edifício Holiday, ainda não há planos para o futuro do prédio, que foi construído em 1956. Com 17 andares e 476 apartamentos, o Holiday, que chegou a abrigar cerca de três mil pessoas, acumula problemas em sua estrutura, o que motivou a suspensão do fornecimento de energia elétrica por parte da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Segundo o síndico do Holiday, Rufino Neto, o valor estimado para reformar o prédio e sanar, de uma vez por todas, os problemas no imóvel é de R$ 200 mil.

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