Caso Miguel

Caso Miguel: "Ela diz que não fez nada com o meu filho", diz Mirtes ao conversar com Sarí na Delegacia

Mirtes conversou com a equipe da TV Jornal sobre o que ouviu na Delegacia

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 30/06/2020 às 13:05
WELLINGTON LIMA/TV JORNAL
FOTO: WELLINGTON LIMA/TV JORNAL

Em entrevista exclusiva à TV Jornal, na manhã desta terça-feira (30), Mirtes Renata, mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, conversou sobre o que ouviu de Sarí Corte Real, patroa da empregada doméstica, após o depoimento da suspeita na Delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife. De acordo com Mirtes, em nenhum momento, Sarí demostrou arrependimento. "Comecei a conversar com ela, pedi para ela olhar para a foto de Miguel. Em seguida, ela olhou. Mas sabe aquele olhar de tanto fez, tanto faz? Eles primeiro deixaram eu falar tudo o que tinha para falar e depois ela falou. Com um tom irônico, debochado, sem nenhum pingo de arrependimento em nada que fez", revelou.

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Ainda segundo Mirtes, Sarí negou ter apertado o botão do elevador quando Miguel estava dentro. Ela contou ainda que ex-patroa culpou a própria criança pelo acidente. "Cinicamente, com uma voz bem irônica: 'eu não apertei'. E então eu disse: 'então eu preciso ir ao oftalmologista. Não só eu, mas todo mundo está vendo que você apertou e botou a sua cara dentro do elevador e tocou no botão'. Ela simplesmente diz que não fez nada com o meu filho. A culpa é do meu filho. E meu filho pediu para morrer?", expressou.

Frente à frente

Foi a primeira vez, depois do acidente, que Mirtes Renata ficou frente a frente com a ex-patroa. A conversa na sala do delegado durou trinta minutos e aconteceu com a presença dos advogados envolvidos no caso.

Depoimento de Sarí

Sarí foi ouvida 27 dias depois da morte do garoto, que caiu de um prédio de luxo na área central do Recife. A empresária chegou à delegacia antes das 6h e o depoimento durou mais de 5 horas. Na saída, houve muito tumulto. Sari deixou a delegacia sob forte esquema policial.

Tia de Miguel socorrida

Durante a confusão na saída de Sarí, uma tia do garoto chegou a parar na frente do carro da polícia pedindo justiça para o caso. A mulher foi socorrida e encaminhada para uma UPA, de onde recebeu alta após ser medicada.

Investigações

O delegado Ramon Teixeira deve concluir as investigações nesta quarta-feira (1º). Sarí foi autuada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. No dia da morte de Miguel, ela pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada.

Até o momento, sete pessoas foram ouvidas na investigação, são eles: Mírtes Renata, mãe do menino Miguel; o zelador do prédio; um ex-síndico do prédio; o gerente de operações técnicas do prédio; a manicure que estava na casa de Sarí na hora do acidente; e um morador que ajudou a socorrer a criança.

Caso Miguel

Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de um dos apartamentos do Condomínio Píer Maurício de Nassau, também conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.

A patroa dela, Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), foi presa em flagrante, indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil.

O fato aconteceu na tarde da terça-feira, dia 2 de junho, quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto.

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