A Justiça do Trabalho determinou que Sarí Gaspar Corte Real e o marido dela, Sérgio Hacker, paguem os salários e os benefícios trabalhistas atrasados para a mãe e para a avó de Miguel Santana.
O menino Miguel, de 5 anos, morreu depois de cair do prédio onde o ex-prefeito e a ex-primeira-dama de Tamandaré moravam, na Área Central do Recife, em junho do ano passado.
A determinação, divulgada nessa quarta-feira (24), é referente a um recurso de um processo trabalhista que corria em segredo de justiça.
A sentença determinou o pagamento de salários e benefícios atrasados, como décimo terceiro, férias e FGTS, e isentou o casal de duas multas por rescisão de contrato. Porém, o casal ainda pode recorrer da decisão.
Mirtes Renata, mãe do menino Miguel, era empregada doméstica de Sarí, e constavam, no Portal da Transparência de Tamandaré como funcionária comissionada da prefeitura desde 2017.
A mãe de Mirtes e outra empregada, também constavam como funcionárias da prefeitura.
Processos
Além disso, Sarí Corte Real também responde ao processo criminal por abandono de incapaz que resultou na morte de Miguel e a um processo por danos morais.
Repercussão do Caso Miguel
O fato repercutiu no mundo. Para Mirtes, houve imprudência e preconceito com a criança, por parte da ex-patroa.
Momentos antes da queda da criança, Sarí estava fazendo as unhas. Situação que, para o filósofo, Érico Andrade, retrata bem a condição socioeconômica brasileira e põe em evidência a relação entre patrão e empregado.
Sarí Gaspar Corte Real
No dia da tragédia, Mirtes estava a serviço da casa da primeira-dama de Tamandaré, Sarí Corte Real, e deixou o filho aos cuidados da mulher, enquanto levava os cachorros da empregadora para passear.
A ex-patroa foi autuada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - porque estava com a guarda temporária do menino.
Nas imagens da câmera de segurança do elevador do prédio, é possível ver que Sarí deixa Miguel Otávio, filho da empregada, sozinho, dentro do elevador de serviço do prédio de luxo onde mora, no Recife.
Relembre o "Caso Miguel"
Miguel faleceu no dia 2 de junho, quando foi deixado sozinho, dentro de um elevador do prédio onde a mãe trabalhava.
O garoto, procurando pela mãe, saiu do elevador, desceu no nono andar do prédio e caiu, de uma altura de, aproximadamente, 35 metros.