Ambulantes protestam pedindo liberação do comércio nas praias do Recife
'O auxílio de R$ 150 não é nem um dia de trabalho. Estamos fazendo o protesto para comprar o pão de cada dia', afirmou o comerciante Abraão Alife. O protesto é pela reabertura do comércio
Na manhã desta terça-feira (6), comerciantes que vendem alimentos e bebidas nas praias de Pernambuco realizaram um protesto, na Praça de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Os manifestantes estão insatisfeitos, pois seguem impedidos de trabalhar, mesmo após a liberação das praias para o banho de mar. O ato começou por volta das 9h.
Os ambulantes pedem a liberação do comércio nas faixas de areia. Na manifestação, o grupo levantou cartazes com os dizeres "governador, queremos trabalhar", "não aguentamos mais" e "as contas não esperam".
Em entrevista à reportagem da TV Jornal, a ambulante Ana Paula, que trabalha há 10 anos na orla da praia, falou sobre a situação dentro de casa.
"Estou fazendo faxina, bico aqui, bico ali. A minha faxina é R$ 70 à R$ 80. Está muito difícil", falou.
O trânsito no local ficou complicado. Equipes da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) e da Polícia Militar (PM) foram ao local do protesto.
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"Para comprar o pão de cada dia"
"A gente está com fome, muita gente não veio para o protesto, porque não tem nem mesmo dinheiro para a passagem de ônibus, muita gente está em crise", afirmou o comerciante Abraão Alife à reportagem do Jornal do Commercio.
"O que nos deram foi uma cesta básica, com muito feijão ruim, arroz ruim. O auxílio de R$ 150 não é nem um dia de trabalho da gente. Estamos fazendo o protesto pela abertura da praia para a gente trabalhar, para comprar o pão de cada dia", completa Abraão Alife.
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Novo plano de convivência
O novo plano de convivência com a covid-19, elaborado pelo Governo de Pernambuco e posto em prática desde 1º de abril, proíbe a comercialização e o consumo de alimentos e bebidas na areia da praia.
Está permitido apenas o banho de mar e a prática de atividades físicas individuais.
Desse modo, muitos vendedores ambulantes acabam enfrentando dificuldades na hora de trabalhar, sem poder acessar a faixa de areia para vender seus produtos.
Reunião
Segundo o presidente da Associação dos Barraqueiros de Boa Viagem, Severino da Silva, uma videoconferência foi realizada, nessa segunda-feira (5).
Ficou acordado com o Governo do Estado a realização de uma reunião, na próxima semana, para a discussão da temática, mas nem todos os ambulantes aceitaram. "Algumas pessoas não concordaram e decidiram fazer o manifesto", disse.
Como está o funcionamento de atividades?
- Atividades econômicas funcionarão das 10h às 20h nos dias de semana, e das 9h às 17h nos sábados, domingos e feriados;
- Atividades físicas individuais nas praias retomarão no dia 5 de abril;
- Aulas na rede privada e no ensino médio da rede estadual também no dia 5 de abril, das 6h às 22h. A decisão é válida para o ensino superior, médio, fundamental I e II e infantil;
- Celebrações religiosas autorizadas das 5h às 20h durante a semana e das 5h às 17h nos fins de semana e feriados;
- Academias e similares poderão reabrir das 5h às 20h durante a semana e das 5h às 17h nos fins de semana e feriados, com 30% da capacidade;
- Serviços de alimentação, lanchonetes, bares e restaurantes autorizados das 5h às 20h durante a semana e 9h às 17h nos fins de semana e feriados, com capacidade de 50%. Delivery, drive thru e pontos de coleta permitidos após as 20h durante a semana e 17h nos finais de semana;
- Comércio varejista no centro e bairros poderão reabrir das 10h às 20h durante a semana e 9h às 17h nos finais de semana. Os estabelecimentos devem cumprir a determinação de um cliente a cada cinco metros quadrados no interior das lojas;
- Escritórios comerciais e prestação de serviços poderão funcionar das 10h às 20h durante a semana e das 9h às 17h nos fins de semana e feriados, com capacidade máxima de 50% e distanciamento de 1,5 metro entre as estações de trabalho;
- Shoppings centers e galerias comerciais seguem o horário da semana e finais de semana já determinados para o período, e devem respeitar a capacidade de um cliente a cada dez metros em circulação, e um cliente a cada cinco metros quadrados no interior das lojas.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização;
- Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- Evitar contato próximo com pessoas doentes;
- Ficar em casa quando estiver doente;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção);
- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.