CRIME

Caso Patrícia Roberta: Suspeito de matar jovem pernambucana diz 'não se lembrar bem' do que aconteceu

Jonatan Henrique dos Santos, de 23 anos, falou sobre o fim de semana e as drogas que teria usado, como motivo para não se lembrar direito do que aconteceu

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 29/04/2021 às 13:00
Reprodução/Divulgação/Polícia Militar
FOTO: Reprodução/Divulgação/Polícia Militar

Os desdobramentos da morte da jovem pernambucana Patrícia Roberta, de 22 anos, continuam. O corpo dela ainda está no IML de João Pessoa. Diante do avançado estado de decomposição, foi necessária uma refrigeração no corpo, por 24h, para que a perícia fosse realizada.

Na manhã desta quinta-feira (29), o repórter Flávio Fernandes, da TV Tambaú, relatou o que o principal suspeito de ter cometido o crime falou, durante a audiência de custódia.

De acordo com a juíza Virgínia de Lima Fernandes, o suspeito Jonatan Henrique dos Santos, de 23 anos, não quis a presença do advogado na audiência, que foi realizada por videoconferência.

Suspeito não recorda do que aconteceu

A juíza ainda destaca que o suspeito disse que, no final de semana, usou LSD, maconha e bebida alcoólica. Por esse motivo, ele alegou não recordar bem o que aconteceu no apartamento. O suspeito irá passar 14 dias na carceragem da Central de Polícia, cumprindo um período de quarentena, para depois ser encaminhado ao Presídio do Roger, em João Pessoa, onde deve permanecer, durante essa prisão preventiva.

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Enterro

O horário do enterro ainda não foi definido, pois dependerá da liberação do corpo. Segundo familiares da vítima, provavelmente não haverá velório. Deverá acontecer uma rápida homenagem, seguida do enterro, no Cemitério Dom Bosco, em Caruaru.

Prisão preventiva

O tatuador Jonatan Henrique dos Santos, de 23 anos, suspeito de assassinar a jovem pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, de 22 anos, em João Pessoa, na Paraíba, teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, na tarde dessa quarta-feira (28). A decisão foi tomada na audiência de custódia, e homologada por Virgínia de Lima Fernandes, juíza da Vara de Execução de Penas Alternativas de João Pessoa.

O suspeito

O suspeito de matar Patrícia Roberta foi preso em flagrante na noite dessa terça-feira (27). A informação foi confirmada pelo comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves. Ele foi encontrado por profissionais da Força Tática do 5ª Batalhão da Polícia Militar. Antes, a polícia chegou a um amigo do suspeito, que teria "informações importantes" a respeito da morte da pernambucana.

Ele foi conduzido para a Central de Polícia de Homicídios de João Pessoa. O capitão Rosemberg disse que o amigo negou contato com o tatuador, nos últimos dias. De acordo com a imprensa paraibana, a motocicleta que transportou o corpo para a área de mata foi apreendida.

Apartamento

De acordo com informações repassadas pela perita Amanda Melo, no apartamento do suspeito foram encontrados dois livros de rituais, um caderno com vários nomes de mulheres, incluindo o de Patrícia, além de tênis e fronha sujos de sangue. Ainda segundo a perita, também foram encontrados vários pertences da vítima, em um tambor de lixo, em frente ao condomínio, dentre eles um travesseiro de pescoço utilizado em viagens.

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O desaparecimento de Patrícia Roberta

A jovem de 22 anos identificada como Patrícia Roberta Gomes da Silva foi encontrada morta nessa terça-feira (27). Segundo a família, Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, na sexta-feira (23), por volta das 17h, para encontrar um suposto amigo em João Pessoa, capital da Paraíba. O último contato da jovem com os pais foi às 12h do domingo.

Patrícia havia informado aos familiares que retornaria na segunda-feira (26), mas os pais acharam estranho a falta de contato da jovem, desde o domingo (25), já que eles se falavam sempre, desde que a jovem saiu de casa, na sexta-feira (23).

Estudam juntos há mais de 10 anos

Segundo a mãe da garota, ela e o amigo que havia ido visitar estudam juntos há mais de dez anos, em um colégio de Caruaru. Desde que o garoto se mudou para João Pessoa, eles mantinham contato apenas pelas redes sociais. Em entrevista ao NE10 Interior, a prima de Patrícia, Karen Melo, disse que, na última semana, a jovem havia falado com ela pedindo ajuda para comprar uma passagem de ônibus, e informou à família que ia viajar para João Pessoa. Na última mensagem trocada com a mãe, Patrícia Roberta diz que o amigo comprou as passagens para voltar com ela a Caruaru.

Sofrimento da família

Os familiares de Patrícia Roberta, jovem pernambucana que foi encontrada morta na Paraíba nesta terça-feira (27), estavam chocados e abalados com a notícia. Ao saber do fato, a avó dela entrou em desespero, pois a neta era muito ligada à família. Em entrevista à TV Jornal Interior, a tia de Patrícia, Verônica Cursino, disse que a jovem, ainda em João Pessoa, ligou para a avó , que faz aniversário na próxima sexta-feira (30), e chegou a combinar que no próximo domingo estaria com a família para comemorar a data.

Verônica também afirmou que, quando soube da viagem da sobrinha, questionou o motivo da ida dela para a capital paraibana. "Fiquei um pouco preocupada e perguntei porque ela iria. Quando foi na segunda-feira, pela manhã, a minha irmã ligou desesperada dizendo que não tinha mais contato, nem notícias dela", declarou.

Entenda o caso

A jovem Patrícia Roberta, de 22 anos, que foi encontrada morta nesta terça-feira (27), tinha viajado de sua cidade natal, Caruaru, no Agreste de Pernambuco, para encontrar um suposto amigo na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Ao SBT, a mãe de Patrícia relatou que os dois se conheciam há mais de 10 anos, porque haviam estudado juntos no colégio, em Caruaru. O rapaz, que é o principal suspeito pelo desparecimento, teria insistido para que a jovem fosse a João Pessoa encontrá-lo.

Patrícia conversava com a mãe por mensagens e chegou a relatar que estava triste durante uma chamada de vídeo. A mãe mantinha contato com a filha durante o dia e em uma das conversas a jovem disse "eu só quero ir pra casa", porque estaria trancada dentro do apartamento onde estava hospedada.

Momentos antes de deixar de falar com a mãe por mensagem no dia em que desapareceu, Patrícia disse que o amigo voltaria com ela para Caruaru. "Eu falei com ele por mensagem e ele me disse assim: eu já coloquei ela no ônibus. Depois ele disse que na verdade chamou um Uber para levar ela, depois disse que foi um colega que chamou, então ele está em contradição", contou a mãe.

Perícia

"A prima dela, que estava aqui no local, viu umas fotos de tatuagens que eu fiz e reconheceu como sendo as tatuagens dela. Fora isso, eu também vi fotos e as tatuagens batiam. Então, pelas tatuagens, a gente pode falar que é a Patrícia sim.", confirmou a perita.

Ainda segundo a especialista, o corpo estava em "avançadíssimo estado de putrefação", o que prejudica muito a visualização de lesões externas. "Acaba dificultando essa visualização. Lesões por projéteis de arma de fogo, lesões por arma branca, não tem. Afundamento de crânio também não observei. Estou trabalhando primeiramente com a hipótese de uma asfixia mecânica, por sufocação direta ou estrangulamento", disse Amanda Melo.

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