Caso de polícia

Adolescente é morto com tiro na cabeça em Prazeres; Familiares dizem que disparo foi efetuado por policial

Revoltados com a fatalidade, os moradores do bairro pedem justiça pela morte do adolescente de 17 anos

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 06/08/2020 às 8:39
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FOTO: Cortesia

Um adolescente identificado por Jhonny Lucindo Ferreira, de 17 anos, foi assassinado com tiro na cabeça no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. De acordo com parentes, a vítima voltada da oficina do avô onde trabalhava quando encontrou um amigo de moto e pegou uma carona. Na Rua Sete de Setembro, os dois teriam sido abordados por policiais militares que passavam em uma viatura.

Em conversa com a equipe de reportagem da TV Jornal, uma mulher que teve medo de mostrar o rosto, diz que um dos PMs efetuou um disparo que atingiu a cabeça do adolescente.

Socorro

Ainda de acordo com testemunhas, Jhonny foi socorrido na própria viatura da polícia para uma unidade de saúde mas não resistiu aos ferimentos. Já o amigo de 18 anos, que pilotava a moto foi conduzido para o DHPP, no bairro do Cordeiro. Segundo o tio do rapaz, que não quis ter o nome revelado, o sobrinho também voltava do trabalho.

Os moradores denunciam que as câmeras de câmeras de segurança da rua foram retiradas para supostamente dificultar a investigação. Revoltados com a fatalidade, os moradores do bairro pedem justiça pela morte de Jhonny. Foi apreendido um simulacro de arma que, segundo a polícia, estaria com o adolescente durante a abordagem.

Depoimento

O advogado do estudante que pilotava a moto conversou com a equipe de reportagem da TV Jornal no DHPP. De acordo com ele, durante a ação, o jovem ficou parado e obedeceu a ordem policial.

O policial que teria efetuado o disparo contra o adolescente compareceu ao DHPP para prestar esclarecimento. Nem os policiais militares e nem o advogado do PM quiseram gravar entrevista.

Polícia Militar

Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco afirma que, na tarde de quinta-feira (5), policiais militares do 6º BPM realizavam rondas em Prazeres quando receberam informações acerca de uma dupla em uma motocicleta que estava praticando assaltos na região. "Nesse momento, os PMs se depararam com duas pessoas em uma moto, em atitude suspeita. Ao dar ordem de parada, eles não obedeceram e fugiram, mais adiante, eles pararam e um deles correu, enquanto o outro, colocou a mão na cintura, parecendo estar armado, momento em quem o policial atirou. O efetivo realizou o socorro para a UPA do Sovate e, posteriormente, para o Hospital da Restauração, onde não resistiu e morreu. Na ação, foi encontrado um simulacro. Os policiais se apresentaram no DHPP, que investigará o fato e em seguida, para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar, que vai instaurar um inquérito para apurar o ocorrido", escreveu a PM.

Inquérito instaurado

A Polícia Civil informou, em nota, que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de um rapaz de 17 anos, na tarde de quinta-feira (05), em Jaboatão dos Guararapes. Segundo a nota, informações iniciais dão conta de que o jovem estava em uma motocicleta, acompanhado de outro rapaz, quando desobedeceu a uma ordem de parada, em uma ronda da Polícia Militar no bairro de Prazeres. "Segundo os policiais militares envolvidos na ocorrência, que compareceram ao DHPP para prestar esclarecimentos, o jovem de 17 anos estaria armado e tentou escapar da abordagem. Foi alvejado e socorrido pelos policiais, inicialmente, para a UPA Sotave e depois para o HR, mas não resistiu. Com ele, foi apreendido um simulacro de arma de fogo. O DHPP já iniciou as investigações e colherá todos os elementos disponíveis, com seriedade, dedicação e técnica, para elucidar o fato e dar os devidos esclarecimentos à sociedade. Até que o inquérito seja concluído, não serão dadas informações para não haver prejuízo aos trabalhos", escreveu a Polícia Civil.

PM segue em suas funções

Sobre o PM suspeito de atirar contra o adolescente, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que ele permanece em suas funções, a menos que a investigação aponte existência de crime na conduta do servidor. A Corregedoria também instaurou procedimento preliminar para investigar se houve cometimento de infração disciplinar

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