Educação

Detento da Penitenciária de Itamaracá alcança nota 900 na redação do Enem 2020

Confira como o detento conseguiu tirar uma nota tão alta na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O reeducando está no sistema prisional de Pernambuco há 7 anos

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 08/04/2021 às 11:22
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Um detento da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), conseguiu tirar a nota 900 na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.

Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por meio da sua Executiva de Ressocialização (Seres), 1.273 pessoas privadas de Liberdade (PPLs) se inscreveram no exame.

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Qual o segredo?

Uma rotina de leituras foi a chave para conseguir o excelente resultado.

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Ironildo Rodrigues de Melo, de 42 anos, está no sistema prisional de Pernambuco há 7 anos e conta que passou boa parte desse tempo sem vontade de estudar. "A prisão me deixou muito triste e não tive ânimo para estudar e assim passei uns três anos da minha vida. De 2018 para cá, estudo todo dia, o dia todo. Minha mãe comprava os livros na feira por dois ou cinco reais e trazia [para a penitenciária]", explicou. O detento disse que pensa em cursar Matemática ou Ciências da Computação.

Outros reeducandos

A segunda e terceira maior nota ficaram com Givanildo Barros da Lima, preso na Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Josenilson Leite de Oliveira Júnior, da Penitenciária de Tacaimbó, no Agreste. Eles alcançaram 800 e 680, respectivamente.

"Trabalho e educação são os pilares da ressocialização, esta é mais uma etapa importantíssima no processo de recuperação das pessoas privadas de liberdade", pontuou o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico.

De acordo com a Seres, pessoas privadas de Liberdade de 24 estabelecimentos penais do Estado, sendo 23 unidades prisionais e uma cadeira pública, se inscreveram. Houve uma evolução também na nota de redação do primeiro lugar, de 700, em 2019, para 900, no ano seguinte.