Crime

'Ele ia seguir carreira, fazer faculdade', diz pai de soldado da Aeronáutica morto em Jardim Piedade

O soldado da Aeronáutica e outro jovem foram mortos por três suspeitos após serem impedidos de agredir a companheira, por colegas do soldado

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 14/06/2021 às 8:49 | Atualizado em 17/10/2022 às 15:35
 Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Dois jovens foram assassinados enquanto conversavam na comunidade Vietnã, em Jardim Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Uma das vítimas era soldado da aeronáutica. O crime aconteceu no sábado (12) e os corpos das vítimas foram enterrados nesse domingo (13).  

Motivação por trás do homicídio 

O crime teria sido cometido por três homens. Segundo a Polícia Civil, o assassinato teria acontecido porque, horas antes, duas das vítimas impediram um dos suspeitos de agredir a própria companheira.

Informações preliminares repassadas pela corporação afirmam que uma das vítimas fatais e a vítima da tentativa de homicídio bateram no suspeito do crime para impedir a agressão.

No início da noite, o suspeito teria voltado ao local acompanhado de dois homens e efetuado disparos de arma de fogo contra várias pessoas.

Uma das três vítimas, o soldado que veio a óbito, não havia participado da briga.

Relato da família

Em uma funerária, no bairro de Santo Amaro, a equipe da TV Jornal encontrou a família do soldado. A mãe estava agarrada com a farda do filho. Ela não tinha condições de dar entrevista.

Quem falou foi o pai do soldado. Segundo o soldador Adriano Severino da Silva, o filho "estava no lugar errado, na hora errada".

Tudo teria começado, de acordo com ele, quando os colegas do soldado flagraram um homem agredindo uma mulher na rua.

“O rapaz estava agredindo a esposa, e dois jovens que estavam na oficina foram apartar e o agrediram também. Tornou-se uma briga, mas o rapaz foi embora", contou.

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"Nesse meio tempo, meu filho passou pela rua e parou lá para conversar com um desses rapazes. Foi na hora que o homem apareceu armado com uma pistola e meteu bala em todos. Meu filho não tinha nada a ver”, disse.

O último contato que teve com o filho foi no sábado de manhã, quando ele largou do quartel. Ele pede que os responsáveis pela morte do filho paguem pelo o que fizeram.

“Ele mandou um vídeo saindo do quartel. Dói demais. Ele ia seguir carreira, fazer uma faculdade, ter sua independência, morar só, o que muitos jovens querem: crescer na vida. Eu quero em nome de Jesus que ele seja pego e preso, para que ele pague pelo que fez. Meu filho não merecia isso”, desabafou.

Os familiares de Alan Manoel da Silva estavam muito revoltados. Segundo o pai dele, o pedreiro Edilson Manoel da Silva, o filho defendeu uma mulher grávida e acabou morto.

Vítimas do homicídio

Três colegas ficaram feridos, entre eles, o soldado da aeronáutica Otávio Felipe Severino da Silva, de 21 anos, que foi atingido na cabeça.

Ele foi socorrido pela população para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra de Jangada. Alan Manoel da Silva, de 19 anos, também deu entrada na unidade, sem vida.

O terceiro ferido foi socorrido para o Hospital da Restauração e já recebeu alta.

O crime

O crime aconteceu por volta das 18h, em uma oficina, que fica na Rua Aracatu. Segundo a Polícia Civil, as vítimas estavam conversando no local, quando dois homens se aproximaram, já atirando.

Na porta da oficina, marcas de tiros. Uma arma foi apreendida pela polícia, no local.