Embora seja uma inverdade, é comum sermos questionados ou ouvirmos que os cafés mais populares são ruins, independentemente da marca. Essa afirmação pega muitos consumidores desprevenidos e até assusta os amantes do café diante das diversas opções disponíveis nos supermercados.
No entanto, antes de se preocupar e ir para o supermercado inseguro, é importante buscar informações de fontes confiáveis.
Para desmistificar conceitos, esclarecer dúvidas e mostrar o rigoroso processo de avaliação pelos quais esses cafés passam, conversamos com Aline Marotti, Coordenadora de Qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a única instituição responsável pela certificação de cafés torrados no país.
Como é feita a avaliação?
Após um levantamento que leva em consideração a atuação regional das indústrias de café, o Departamento de Qualidade da ABIC recolhe amostras de diferentes marcas nas gôndolas em todo o país para realizar análises microscópicas. São realizadas mais de 5.000 análises por ano com o objetivo de monitorar o mercado.
Em seguida, os pacotes de café são descaracterizados, ou seja, as embalagens são removidas para impossibilitar a identificação da marca.
Em seguida, os cafés são codificados e enviados diretamente para laboratórios especializados e credenciados pela Associação, onde são realizadas análises minuciosas para verificar a pureza do produto.
Análise sensorial: mais uma forma de garantir a qualidade
Outro processo responsável por garantir a qualidade do café consumido em sua casa é a análise sensorial. Esse método leva em consideração a colheita, o pós-colheita, o armazenamento, a torra, o pós-torra e o preparo do café.
Para realizar a análise sensorial, são seguidas regras nacionais e internacionais de forma rigorosa. As amostras são recebidas em um ambiente neutro, com luz e som controlados, onde são descaracterizadas e avaliadas por técnicos e peritos especialistas.
Esses avaliadores não podem apresentar nenhuma impossibilidade fisiológica ou sensorial.
Cada café avaliado recebe uma nota de 0 a 10 em relação à sua qualidade sensorial. Para ser aprovado no teste, o café precisa atingir uma pontuação mínima aceitável de 4,5.
Categoria e qualidade são conceitos distintos
Uma dúvida comum é a relação entre categoria e qualidade. É importante saber que são parâmetros distintos, e não há diferença na avaliação de cafés de categorias diferentes.
Isso significa que, independentemente da categoria em que o café se enquadra, todos os cafés certificados pela ABIC passam por quatro avaliações técnicas e científicas realizadas por profissionais experientes: análise microscópica, análise sensorial, auditoria na fábrica e auditoria na gôndola. Para serem certificados pela instituição, os cafés devem possuir qualidade e pureza.
O que define se o café será classificado como Tradicional, Gourmet, Extraforte ou Superior são os atributos percebidos durante a avaliação sensorial, como o amargor, a adstringência, o aroma, entre outros.
Todas as marcas certificadas passam por esse monitoramento, garantindo que o cliente leve para casa um café seguro e de qualidade, com as características de sabor que preferir, sem preconceitos.
Selos de Certificação: confiabilidade e praticidade na escolha
Quer uma dica para identificar cafés de qualidade sem perder muito tempo? É simples, basta verificar se a embalagem contém algum Selo de Certificação da ABIC. Se a resposta for sim, você saberá que está levando para casa um produto puro, com qualidade, seguro e com rastreabilidade garantida. Os Selos de Certificação são anteriores ao Código de Defesa do Consumidor e garantem que aquela marca foi submetida aos processos de análise mais rigorosos. É a tecnologia e a praticidade a favor do consumidor.
Agora que você já sabe como identificar cafés de qualidade, não precisa perder muito tempo nas gôndolas. O melhor de tudo é que sobrará mais tempo para apreciar uma xícara bem quentinha da nossa amada bebida!
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