CARNAVAL 2024

Galo da Madrugada 2024: Galo Gigante já está de pé, saudando o Carnaval do Recife

A alegoria do Galo da Madrugada, maior bloco carnavalesco do mundo, foi erguida na noite desta quarta-feira (7) e está reinando na Ponte Duarte Coelho

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Marcelo Aprígio

Publicado em 07/02/2024 às 20:25
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A espera chegou ao fim! A alegoria do Galo da Madrugada, maior bloco carnavalesco do mundo, foi erguida por volta das 19h desta quarta-feira (7) e está reinando na Ponte Duarte Coelho, Centro do Recife, para alegria do folião, que está louco para curtir o Carnaval 2024.

Sua majestade, o Galo Gigante da Paz, assinado pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega, homenageia a gentileza, ancestralidade, sustentabilidade, inclusão e se torna um mensageiro divino da esperança de paz para o nosso tempo.

O ‘levante’ do Galo gigante foi animado por orquestras, passistas, Tribo de Caboclinhos e uma balsa embalada por Maestro Forró nas águas do Rio Capibaribe.

A balsa também volta a cena no sábado (10), quando o bloco desfila. O abre-alas começa às 7h e segue até às 9h.

Daí por diante, a animação na Balsa Frevo D'Água continua até as 15h ao som da orquestra e com muito frevo no pé, embalando e alegrando os foliões do Bloco Galinha D'Água.

MARCOS PASTICH/PCR
Escultura gigante do Galo da Paz foi erguida na Ponte Duarte Coelho, nesta quarta-feira (7) - MARCOS PASTICH/PCR

GALO DA MADRUGADA REINA NO RECIFE

O branco é a cor predominante da escultura, que ganha ainda os tons dos cinco continentes: amarelo (Ásia), preto (África), vermelho, (América), azul (Europa) e verde (Oceania). As penas do rabo de sua majestade, por sua vez, trarão a palavra “Paz” escrita em 16 idiomas distintos.

Pesando oito toneladas e com 28 metros de altura, a escultura ratifica seu compromisso com a preservação do meio ambiente e a inovação de procedimentos artísticos para a promoção da sustentabilidade, por meio da adoção do upcycling.

Guga Matos/JC Imagem
Montagem final do Galo da Madrugada - Carnaval 2024 - Galo da Madrugada - Montagem - Guga Matos/JC Imagem

Este ano, mais de 90% do material que veste a estrutura é fruto de descarte de materiais e reaproveitamento de resíduos tecnológicos, como dois mil metros de lonas de materiais publicitários, além de 10 mil CDs e DVDs, frutos de doação. 

O destaque, entretanto, fica para a crista do Galo que, pela primeira vez, traz o branco e prata dos grisalhos e grisalhas que não dispensam uma boa folia, evocando o respeito e a inclusão no Carnaval que é feito para todos.

Assim, sua majestade fica de pé sobre a ponte Duarte Coelho com um black power branco e prata, digno de quem ostenta sobre a cabeça o resultado natural de muita experiência, alegrias, vida e anos vividos.

Aos pés do Galo, assim como na última edição, a arte se torna instrumento de conscientização e sensibilização para um Carnaval de mais inclusão e respeito.

As faces da base de sustentação ganharão grafites em torno da temática de paz e combate a todos os tipos de preconceito e violência de gênero, além de racismo e QR Code para que os foliões possam acessar as plataformas municipais onde podem realizar denúncias.

No Chão, também como no ano precedente, mensagens alusivas à temática de paz e harmonia em um Carnaval que também é palco de reflexão e democracia.

O corpo encantado do galo, por sua vez, ganha uma espécie de body branco em uma releitura de renascença cenográfica realizada manualmente pelo Ateliê Arte Plenna e inspirada na produção de Pesqueira.

MARCOS PASTICH/PCR
Escultura gigante do Galo da Paz foi erguida na Ponte Duarte Coelho, nesta quarta-feira (7) - MARCOS PASTICH/PCR

Para a obra, as rendas foram confeccionadas em eletrodutos (conduítes) e cujas amarrações serão realizadas com material de garrafas PET. Os desenhos foram criados pelo próprio Leopoldo, que decidiu aplicar, na altura do coração do Gigante, uma réplica de sombrinha de frevo.

As asas do galináceo mais amado da folia trazem ‘tatuagens’ do símbolo pela paz, em voga desde a década de 70, mesma década de fundação do Galo da Madrugada.

Sobre os ‘ombros’, a indumentária de sua majestade irá reverenciar os povos indígenas e seus raros mantos tupinambás, vestimentas feitas em Arte Plumária, cujo exemplar mais famoso foi subtraído e levado para a Dinamarca desde o século XVII e será devolvido ao Brasil em 2024.

Foram empregadas 1000 ‘penas’ feitas das lonas plásticas de 1,10 m X 40 cm na técnica Arte Plumária Upcycle.

Nas pernas, a artesania das ‘varandas’, apliques feitos em tecido com técnica de macramê, foi realizada pelas artesãs da Cooperativa Coopertextil, de Caraibeiras, terra dos Pankararus.

O bico do galo, por sua vez, ganhou um tom que evoca as formações étnicas dos mamelucos, além de trazer uma maquiagem com a paleta que permeia a obra.

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