Segundo levantamento feito pela Agência Pública, a maior parte dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) votaram a favor de projetos de lei que têm sido considerados prejudiciais ao meio ambiente e aos povos indígenas brasileiros.
A Frente é composta por 196 deputados de 19 partidos. Embora tenha "evangélica" no nome, ela também tem membros católicos, espíritas ou parlamentares sem religião declarada. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) é o presidente da FPE.
PLs da Morte
Na análise de votos, a Agência Pública constatou que 131 deputados, 66% dos 196 que fazem parte da FPE, votaram a favor do PL 191/2020, que facilita a exploração de mineração e geração de energia em territórios indígenas.
Já o PL 3729/2004 flexibiliza as regras para o licenciamento ambiental no Brasil. O projeto foi aprovado em 2021 e também levou 131 votos de parlamentares da Frente.
Outros três projetos de lei compõem o pacote conhecido como "PLs da Morte".
Os textos tratam da posse ilegal de territórios públicos (PL 2633/2020), da alteração do Estatuto do Índio e implementação do Marco Temporal (PL 490/2007) e da liberação do uso de substâncias tóxicas na agricultura (PL 6299/2002).
Todos os PLs receberam mais que 100 votos dos deputados da FPE e já foram aprovados ou estão aguardando aprovação do Senado.
Apenas o projeto que trata do Marco Temporal (PL 490/2007) teve votação realizada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que conta com 18 deputados evangélicos. Desses, 17 votaram a favor.
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