Justiça

Justiça determina penhora de dízimos da igreja do apóstolo Valdemiro Santiago; entenda

Juíza autorizou que a penhora seja realizada durante os cultos

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 12/05/2022 às 8:42 | Atualizado em 12/05/2022 às 8:45
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Pedido aconteceu logo após os funcionários da TV Mundial, pertencente ao apóstolo, ameaçarem entrar em greve - FOTO: Reprodução/Youtube

A Justiça de São Paulo determinou a penhora de 25% do faturamento da Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago.

Segundo informações do UOL, a decisão foi tomada pela juíza Ana Cláudia Guimarães e Souza em um processo no qual o proprietário de um imóvel cobra uma dívida de cerca de R$ 117 mil em aluguéis da igreja.

PENHORA SERÁ REALIZADA DURANTE OS CULTOS

Ainda segundo informações, a juíza autorizou, inclusive, que a penhora seja realizada durante os cultos, após o recolhimento dos dízimos.

Um administrador judicial foi nomeado para garantir o cumprimento da medida até que o valor da dívida seja alcançado.

Segundo a decisão, ele terá poderes também para fiscalizar a movimentação financeira diária da Mundial.

CRISE FINCANCEIRA

Fundada em 1998 pelo apóstolo Valdemiro Santiago, a Igreja Mundial passa por uma grave crise financeira, que foi agravada pela pandemia do coronavírus (covid-19). Na Justiça paulista, há centenas de ações de cobrança em curso.

Em petição à Justiça, a Igreja Mundial argumentou, em abril de 2020, que, por conta da quarentena da pandemia, os templos estavam com as portas fechadas e que, portanto, sofrera uma queda abrupta na arrecadação dos dízimos.

"A igreja se encontra impossibilitada de honrar com os compromissos firmados, pois hoje não há qualquer entrada de receita", disse à época.

NOVO DOCUMENTO

Em novo documento anexado ao processo, após a ordem de penhora, a Mundial afirmou que a medida cria sérios problemas para o seu funcionamento, "o que pode contribuir imensamente para o agravamento de sua crise financeira, estimulando sua insolvência perante os demais credores".

Segundo a defesa apresentada pela igreja, a penhora pode, inclusive, "inviabilizar a sua atividade filantrópica" e afetar a sua "sobrevivência".

A juíza não concordou com a argumentação e manteve a ordem de penhora, mas a igreja, que diz possuir cerca de 6 mil templos, ainda pode apresentar novo recurso.

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