Ação

Ministério Público ajuíza ação contra Felippe Valadão por ataques a religiões afro; entenda

"Prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado", disse o pastor Felippe Valadão

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 16/06/2022 às 12:00 | Atualizado em 16/06/2022 às 12:01
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Comunidade da Fé Church
Pastor Felippe Valadão - FOTO: Comunidade da Fé Church

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou nessa quarta-feira (15) uma ação civil pública para condenar o pastor Felippe Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, pelos ataques a religiões afro proferidos no dia 19 de maio.

De acordo com informações do G1, a 1º Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaboraí quer que o religioso faça uma reputação pública e pague R$ 300 mil de indenização por danos morais coletivos.

Durante o evento em comemoração ao aniversário de 189 anos de Itaboraí, de 19 de maio, Felippe Valadão discursou e proferiu palavras ofensivas aos praticantes de religiões de matrizes africanas, em especial a umbanda.

Em sua fala, ele afirmou: “Avisa para esses endemoniados de Itaboraí que o tempo da bagunça espiritual acabou. Pode matar galinha, pode fazer farofa, prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade. Deus vai começar a salvar esses pais de santo que têm na cidade”.

A ação destaca que o pastor, “que possui grande engajamento junto ao segmento religioso do qual faz parte”, “praticou intolerância religiosa e discurso de ódio contra praticantes da umbanda e demais religiões”.

A ação também pede que o pastor grave um vídeo, com duração de 50 segundos a 1 minuto, se retratando publicamente quanto às falas de ódio e intolerância, divulgando-o na página principal do site da Igreja Batista da Lagoinha e nas páginas oficiais de suas redes sociais, pelo período de 30 dias.

“Esperar de líder de religião cristã discurso baseado no amor e na tolerância é uma mera expectativa, mas exigir de qualquer pessoa a observância a direitos fundamentais e promover a responsabilização de quem praticar ato ilícito que cause dano moral coletivo a grupos religiosos, em razão de intolerância religiosa, é dever do Ministério Público”, diz a ação.

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