INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Pastor que associou orixás à violência nas periferias se pronuncia e diz que "não tem nada contra eles"

Famoso nas redes sociais, o pastor baiano está sendo investigado pelo crime de racismo religioso

Emília Prado
Emília Prado
Publicado em 15/07/2022 às 10:59
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Irmão Júlio se pronunciou sobre clipe que ofende orixás - FOTO: Reprodução

Um pastor evangélico baiano conhecido como Irmão Júlio está sendo investigado por racismo religioso por um vídeo postado nas suas redes sociais.



O clipe gravado em Salvador tem trechos que dizem: "Não tem Iemanjá, Deus manda em Bom Juá e na Saramandaia. Não tem Exumaré e nem Exum Caveira, Deus manda em São Tomé e também na Engomadeira" e "Não tem Sete Facadas e nem Orixás, Deus manda na Timbalada e também no Ogunjá".

Depois que o caso foi denunciado ao Ministério Público da Bahia, onde está sendo investigado como crime de racismo religioso, o Irmão Júlio gravou um novo vídeo se pronunciando sobre o vídeo da música, que foi compartilhado em várias páginas evangélicas.

"Assumo toda a responsabilidade. Quero deixar bem claro ao pessoal de matriz africana que não tenho nada contra eles, jamais a minha intenção foi atingir o pessoal de matriz africana", disse o pastor, que também apagou o vídeo das suas redes sociais.

O babalorixá Uilliam de Oxalá, presidente da Associação Voz do Candomblé, foi quem levou o caso à delegacia. O pai de santo afirmou em entrevista ao g1 Bahia que o vídeo de retratação não foi suficiente.

"A gente precisa que esse rapaz seja punido. Uma desculpa como essa, esfarrapada, não perdoa tudo aquilo que ele está fazendo na gente, o que está nos causando como liderança religiosa e como povo de candomblé”, declarou o babalorixá.

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