Julgamento

Acusados de matar criança em ritual no Agreste são condenados

O crime aconteceu em 2012 no Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 29/02/2020 às 8:35
Tião Siqueira/TV Jornal
FOTO: Tião Siqueira/TV Jornal

Foram condenados a mais de 20 anos de prisão os quatro acusados de matar o garoto Flânio da Silva Macedo, em ritual no Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco. Depois de três adiamentos, o júri teve início na última quinta-feira (27) e chegou ao fim na noite dessa sexta (28), no Fórum Thomaz de Aquino, localizado no bairro de Santo Antônio, Área Central do Recife.

O grupo foi interrogado pelo juiz Abner Apolinário da Silva, pelos representantes do Ministério Público e pela defesa. Ainda na sexta, ficaram a fase de debates entre MP e defesa dos réus e o resultado do Conselho de Sentença. Ao todo, o júri totalizou cerca de 17 horas.

Condenados

Os réus Edinaldo Justo dos Santos, conhecido como “Pai Nau”, de 33 anos, Edilson da Costa Silva, conhecido por “Pai Véio”, de 63 anos foram condenados a 20 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe; emprego de meio cruel; e realizado para assegurar a ocultação ou impunidade de outro crime) e a 9 anos de reclusão pelo crime de estupro, totalizando 29 anos de reclusão.
Já a ré, Maria Edileuza da Silva, a Filó, de 51 anos, também foi condenada por homicídio triplamente qualificado e por estupro a 26 anos de reclusão, considerando o atenuante da confissão dos crimes.

Julgamento

O processo começou a tramitar na Comarca do Brejo da Madre de Deus e pela repercussão e comoção social que causou na cidade, o juiz Clécio Camelo de Albuquerque solicitou o desaforamento da ação para ser julgada numa comarca de 3ª entrância, visando à segurança do julgamento. O pedido foi julgado procedente, por meio de acórdão, pela Câmara Regional de Caruaru no dia 21 de maio de 2019. Dessa forma, o processo foi desaforado para ser julgado no Recife, sendo redistribuído para a 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.

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Revolta

Os familiares do menino, que na época do crime tinha 9 anos, vieram acompanhar a sessão. A tia da vítima concedeu entrevista e falou sobre o momento dificil que é relembrar toda a história. ''É difícil para a família porque, querendo ou não, ficam revendo o caso e a gente fica ansioso entre uma questão e outra, mas sempre de cabeça erguida. A família está sempre de cabeça erguida'', afirmou Laudemira Ribeiro da Silva.

Relembre o crime

O corpo da criança foi encontrado em um matagal e ele estava sem roupas, com pernas e braços amarrados, degolado e com sinais de violência sexual. De acordo com a polícia, os acusados teriam usado a vítima para um ritual. A polícia acredita em um suposto caso de ritual.