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Pesquisa: Para 80% dos médicos, segunda onda de covid-19 pode ser pior que primeira

A pesquisa foi divulgada pela Associação Médica Brasileira; profissionais observam alta no números de mortes por covid-19 e acreditam que segunda onda deve ser pior que a primeira

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 03/02/2021 às 8:22 | Atualizado em 28/02/2023 às 9:31
Rovena Rosa/ABr
FOTO: Rovena Rosa/ABr

Uma pesquisa divulgada pela Associação Médica Brasileira (AMB) revelou que, para 80% dos médicos, a segunda onda da covid-19 no Brasil será tão ou mais grave que a primeira.

70% dos profissionais observam tendência de alta, no número de mortes. 

Com o coronavírus, o índice de contaminação ficou muito acima do que ocorreu com outras doenças.

O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, compara o surto da covid-19 com a epidemia de meningite, que atingiu o Brasil, há quase 50 anos:

"Nenhum dos meus colegas, que eu me lembre, foi infectado pelo meningococo. Hoje, o número é brutal porque essa doença é altamente transmissível, daí a tragédia dos números da pandemia".

Além disso, 7 a cada 10 médicos citam casos de pacientes infectados que apresentam sequelas após a cura.

Segunda onda da covid-19

A pesquisa, feita com quase 3.900 médicos, mostrou que, entre os que atuam na linha de frente, muitos já percebiam, no começo do mês passado, o aumento de casos (91,5%) e de mortes (69,1%).

Questionados sobre a atuação do Ministério da Saúde na crise, mais da metade avaliam como ruim ou péssima. De cada 10 médicos, 7 não acreditam que o sistema de saúde será tratado com mais prioridade, mesmo depois de todas as fragilidades expostas na pandemia.

97,5% vão se vacinar e orientar pacientes a também o fazerem. Quase 25% dos médicos pesquisados já tiveram Covid-19.

3 em cada 10 consideram que as autoridades de Saúde não estão aplicando adequadamente uma só medida, e 76,10% veem inadequações nas orientações de isolamento, 80% em relação à necessidade de ventilação de ambientes.

56% insuficiências no tocante a evitar aglomerações, 88,6% no rastreamento aos contactantes e 76,10% inadequações no quesito campanha para busca de serviços de Saúde, em caso de sintomas.