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Câmara dos Deputados decide por manter prisão de Daniel Silveira; reveja julgamento

"Temos entre nós um deputado que vive a atacar a democracia", afirmou a deputada Magda Mofatto sobre Daniel Silveira. O deputado foi preso por realizar ameaças ao Estado Democrático de Direito e ministros do STF

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 19/02/2021 às 20:36 | Atualizado em 09/11/2022 às 7:35
Divulgação/Câmara dos Deputados
FOTO: Divulgação/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados manteve a prisão de Daniel Silveira, que havia sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal), por 364 votos a 130, em julgamento realizado nesta sexta-feira (19).

O deputado Daniel Silveira foi preso por fazer ameaças a ministros do STF e ao Estado Democrático de Direito. O deputado continuará preso se, ao menos, 257 deputados votarem a favor da prisão.

Antes da sessão começar, a palavra ficou com relatora do caso Daniel Silveira (PSL-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados, a deputada federal Magda Mofatto (PL-GO).

''Temos entre nós um deputado que vive a atacar a democracia e as instituições e transformou o exercício do seu mandato em uma plataforma para propagação do discurso do ódio, de ataques a minorias, de defesa dos golpes de estado e de incitação à violência contra autoridades públicas.", afirmou Magda Mofatto.

>> Vídeo com ofensas e ameaças motivou prisão de deputado bolsonarista Daniel Silveira

Após o relato da deputada, que iniciou o julgamento, Daniel Silveira teve a palavra e pediu desculpas pelo conteúdo do vídeo e argumentou que está protegido pela imunidade parlamentar.

Julgamento de Daniel Silveira

Daniel Silveira já foi preso mais de 90 vezes

A informação de ter sido preso mais de 90 vezes foi divulgada pelo próprio Daniel Silveira.

Na campanha de 2018, Daniel ficou conhecido por ter quebrado uma placa com o nome da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco durante um comício ao lado do governador afastado do estado, Wilson Witzel (PSC).

A vereadora foi assassinada meses antes.

A assessoria jurídica confirmou que o deputado está na carceragem da Policia Federal, no Rio de Janeiro, e disse que a prisão é ilegal.

Para a defesa, a prisão representa "violento ataque à liberdade de expressão e inviolabilidade da atividade parlamentar".