VIOLÊNCIA

Internada em estado grave, mulher trans queimada viva no Recife tem braço amputado

Roberta Silva, uma mulher trans de 32 anos, está internada no Hospital da Restauração

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 27/06/2021 às 15:39 | Atualizado em 15/05/2022 às 14:45
Acervo/JC Imagem
FOTO: Acervo/JC Imagem

A mulher trans de 32 anos, que teve cerca de 40% do corpo queimado na madrugada na última sexta-feira (25) teve um dos braços amputados, segundo contou o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central do Recife, na manhã deste domingo (27).

Roberta Silva está internada na unidade de saúde, que não especificou se o membro amputado foi o direito ou o esquerdo.

Segundo informações do JC Online, Roberta Silva passou por uma cirurgia no sábado (26) e segue internada, intubada e em estado grave.

O hospital afirmou que repassará mais detalhes sobre o estado de saúde da mulher no fim da tarde de hoje. 

>> Mulher trans agredida no centro do Recife teve 40% do corpo queimado

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Relembre o caso

Na última sexta-feira, Roberta Silva deu entrada na Restauração logo após ser atacada no Cais de Santa Rita, na área central do Recife. A mulher trans foi queimada viva e teve 40% do corpo queimado. Ela apresentava lesões no tórax, abdômen, mãos e braços.

Um adolescente foi apreendido pelo crime e autuado pelo "ato infracional análogo a homicídio doloso tentado".

O jovem foi encaminhado para a Unidade de Atendimento Inicial (Uniai) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

Primeira deputada travesti de Pernambuco lamenta o caso

Primeira deputada travesti da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Robeyoncé Lima (PSOL) foi a primeira pessoa pública a chamar atenção para o caso de Roberta.

 

Em entrevista à Rádio Jornal, a parlamentar falou sobre as violências sofridas por Roberta e tantos outros transexuais, reflete sobre o preconceito que continua assolando o Brasil, cobra que o Legislativo aprove leis para a comunidade LGBTQIA+ e faz um desenho de como imagina que o país estará daqui a 10 anos.

Clique aqui para ler a entrevista completa.

Prefeito se manifestou

Ainda na sexta-feira (25), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), classificou como "intolerável" o que o ocorreu com Roberta e disse que determinou à Secretaria de Desenvolvimento Social do Recife que toda assistência seja dada à mulher.

O Governo de Pernambuco, por sua vez, afirmou que está acompanhando o caso e que, além de apoiar física e mentalmente a vítima e seus familiares, irá ajudar na investigação criminal.

 

Governo de Pernambuco garante apoio

Através de nota, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH) disse que será a responsável por ficar à frente deste caso.

"A Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH) já mobilizou a equipe do Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH) para realizar todos os encaminhamentos e acompanhamentos necessários", diz comunicado da pasta à imprensa.

"A SJDH também ressalta que está em articulação com o Centro Municipal do Recife e as Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), da Mulher (Sec. Mulher), de Defesa Social (SDS) e de Saúde (SES), bem como a mandata coletiva Juntas e entidades