COVID-19

Pesquisador diz que variante Delta circula 'com facilidade' entre vacinados

A nova cepa consegue ser viável em 70,4% de células humanas de vacinados

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 24/08/2021 às 14:20 | Atualizado em 02/04/2022 às 16:39
Edmilson Tanaka
FOTO: Edmilson Tanaka

Segundo informações do site Rede Brasil Atual (RBA), novos estudos identificaram em laboratório que a variante Delta da covid-19 possui um grande potencial de contaminação mesmo entre os vacinados.

A nova cepa consegue ser viável em 70,4% de células humanas de vacinados, frente a 17,4% da variante Alfa, segundo dados.

Por isso, pesquisadores reforçam que os imunizantes seguem com alta eficácia para reduzir infecções graves e mortes. Porém, eles também ressaltam que nenhuma vacina é 100% eficaz.

Logo, se o vírus consegue circular com intensidade entre vacinados, é possível concluir que, sem controle efetivo da disseminação do novo coronavírus, o número de mortes tende a seguir elevado.

O infectologista e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alexandre Zavascki afirmou que a nova variante é um grande desafio.

"Resumindo, a variante delta será um grande desafio, uma nova pandemia”.

Contudo, o cientista aponta que estudos seguem atestando a eficácia das vacinas, mesmo diante do chamado escape maior da variante Delta.

“Vacinas protegem do agravamento da covid-19 por qualquer variante. A delta esteve associada com maiores cargas virais considerando a viabilidade em cultura, maior escape vacinal, mas apresentou porcentagem de hospitalização similar à (variante) alpha, confirmando achados prévios. Ou seja, a vacinação completa protege muito de adoecimento grave e de morte. O efeito na transmissão talvez seja menor do que o desejado, mas não é nulo”, completa.

Mesmo com o grande poder de proteção das vacinas, os especialistas seguem com a recomendação de que o vírus precisa circular menos. Para isso, são necessárias medidas não farmacológicas, além da vacinação de mais de 80% da população total. “Medidas de bloqueio da transmissão continuarão necessárias”, alerta o especialista.

>>Covid-19: variante Delta é 'altamente preocupante', diz Opas, após avanço nas Américas; entenda

Mortes x casos

No Brasil, a redução em relação às mortes diárias por covid-19 prossegue, resultado direto do avanço da vacinação. A média móvel de vítimas diárias está em 765 óbitos a cada um dos últimos sete dias.

É o número baixo desde o dia 6 de janeiro.

Na última semana, foram notificadas 5.421 mortes por covid no Brasil – a semana com menos vítimas oficialmente registradas desde a última de 2020 (quando grande parte dos serviços de medicina diagnóstica estava na folga de Ano Novo).

Por outro lado, o número médio de casos diários apresenta uma tendência diferente. Depois de indicar queda sustentável entre a segunda quinzena de junho e a segunda semana de agosto, o movimento passou a mostrar leve crescimento. Foram 206.345 novos casos, diante de 198.363 no período anterior.

A reversão da tendência de queda nos casos tem relação com a maior disseminação da variante delta pelo país. Por enquanto, apenas o Rio de Janeiro já declarou a prevalência da nova cepa no estado.

A mutação é até 70% mais contagiosa e possui maior resistência às primeiras doses das vacinas em circulação.

Diante disso, completar o esquema vacinal é essencial. Novo estudo, divulgado hoje (23), pela universidade Johns Hopkins (EUA), junta-se aos que apontam a maior circulação da delta entre vacinados e mostra que a cepa também tem maior poder de infecção, embora sem predominância de evoluções para casos graves e óbitos.

Covid-19 no Brasil

Os resultados do avanço da vacinação no Brasil seguem positivos. O Brasil registra 574.848 vidas perdidas em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Nas últimas 24 horas, foram registradas pelas autoridades de saúde 321 novas mortes. Ontem (22), o painel de informações da pandemia registrava 574.527 óbitos.

Ainda há 3.583 mortes em investigação, pelo fato de haver casos em que o diagnóstico depende de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.

O total de pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia chega a 20.583.994. Entre ontem e hoje, as secretarias de saúde confirmaram 13.103 novos diagnósticos positivos. Ontem, o sistema de dados da pandemia contabilizava 20.570.891 casos acumulados.

Ainda há 529.199 casos em acompanhamento. O nome é dado para pessoas cuja condição de saúde é observada por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves. O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 subiu para 19.479.947.

As informações estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta segunda-feira. O balanço reúne levantamentos feitos pelas secretarias de Saúde dos estados sobre casos e mortes.

>>Governo vai restringir atividades após confirmar casos da variante Delta em pernambucanos?

Coronavírus em Pernambuco

O Estado de Pernambuco registrou, nesta terça-feira (24), 504 casos do novo coronavírus (covid-19). Entre os confirmados hoje, 13 (2,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 491 (97,5%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 604.331 casos confirmados da doença, sendo 53.088 graves e 551.243 leves.

O Estado atingiu a média móvel diária de 465 testagens positivas, apresentando uma tendência de queda de -16% em relação a 14 dias atrás. É o menor índice diário de casos registrados desde o dia 7 de novembro, quando Pernambuco atingiu a média móvel de 433 confirmações.

Também foram confirmados oito óbitos, ocorridos entre 27/04/2021 e 06/08/2021. Com isso, o Estado totaliza 19.314 mortes pela Covid-19. Os dados foram repassados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).

Os novos dados fizeram Pernambuco atingir uma média móvel de 18 mortes nesta terça-feira, apresentando uma tendência de queda em -38%.