JUSTIÇA

Caso Miguel: Sari Corte Real será ouvida em audiência no próximo dia 15 de setembro

Será a segunda audiência de instrução e julgamento do processo sobre a morte do menino de cinco anos, que morreu ao cair do nono andar de um prédio de luxo, no Bairro do Recife, em junho do ano passado

Fabiani Vieira Assunção
Fabiani Vieira Assunção
Publicado em 31/08/2021 às 18:32 | Atualizado em 10/04/2022 às 20:47
Reprodução/Internet
FOTO: Reprodução/Internet

Está marcada para o próximo dia 15 de setembro a próxima audiência na justiça do processo que ficou conhecido como Caso Miguel.

De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a audiência de instrução e julgamento do processo de nº 0004416-62.2020.8.17.0001, que tem como acusada Sari Mariana Costa Gaspar Corte Real e vítima Miguel Otávio Santana da Silva, será às 9h, na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital.

Nesta audiência, serão ouvidas duas testemunhas da defesa que faltam à instrução do processo - sendo uma de forma presencial e outra por videoconferência, na comarca de Tamandaré.

E nesta ocasião também será feito o interrogatório da acusada. Até o momento, na primeira audiência do caso, ocorrida no dia 3 de dezembro de 2020, de forma presencial, foram ouvidas oito testemunhas arroladas pelo Ministério Público e três testemunhas de defesa.

Uma quarta testemunha solicitada pela defesa foi ouvida por carta precatória na comarca de Tracunhaém.

Mirtes Renata Santana da Silva, a mãe de Miguel, que ingressou num curso de Direito após a morte do filho, participou ontem (30) de uma live com o apresentador Fábio Porchat em que ela comentou o andamento do processo e a expectativa dela de que seja feita justiça.

"Não quero que o caso de Miguel caia no esquecimento e vire mais um. Miguel tem mãe. Eu sempre lutei pelo meu filho em vida. Hoje eu também estou defendendo o meu filho com unhas e dentes", disse Mirtes na transmissão.

 

Relembre o caso

No dia 2 de junho de 2020, em pleno pico da pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, Mirtes Renata trabalhava como empregada doméstica num apartamento no condomínio conhecido como Torres Gêmeas, no Bairro do Recife, onde viviam Sari Corte Real, o esposo Sérgio Hacker, ex-prefeito de Tamandaré e os dois filhos do casal.

Naquele dia, ela levou o filho de cinco anos para seu local de trabalho, porque não tinha com quem deixá-lo.

Depois do almoço, por volta das 13h, Mirtes desceu para passear com o cão dos patrões e deixou o filho no apartamento, sob os cuidados da dona da casa.

De acordo com o inquérito policial, o menino quis descer para ir ao encontro da mãe e foi deixado por Sari sozinho dentro do elevador do edifício, desembarcou no nono andar, acessou uma área onde são instalados os condensadores de ar condicionado do condomínio e acabou caindo de uma altura de cerca de 35 metros.

O menino não resistiu e morreu. Ainda de acordo com Mirtes Renata, a ex-patroa alega que só deixou a criança sozinha no elevador porque não conseguiu contê-lo.

"Querem 'adultizar' meu filho e infantilizar Sari. Ela alega que não teve pulso para conseguir segurar Miguel e impedido ele de entrar no elevador. Me machuca muito querer colocar a culpa no meu filho, uma criança de 5 anos de idade. Essa estratégia de defesa é muito baixa", lamentou Mirtes.