7 DE SETEMBRO

Governador de Pernambuco afirma que PMs que descumprirem hierarquia no 7 de setembro poderão ser punidos

"Não vamos admitir politização no âmbito das nossas forças policiais. Qualquer ato que possa descumprir os regulamentos instituídos é alvo de punição", disse Paulo Câmara

Hélia Scheppa/SEI
FOTO: Hélia Scheppa/SEI

O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (6), que os policiais militares que descumprirem as normas de hierarquia da instituição durante sua participação nos atos em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (7) poderão ser punidos. Ao contrário de outros estados do País, que foram recomendados a não tomar participação na manifestação por causa de seu caráter político, a Polícia Militar de Pernambuco disse que os policiais que estiverem de folga estão livres para tomar parte nos atos.

Politização dos PMs

A politização dos PMs, braços armados dos estados, se tornou uma preocupação após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastar um comandante que incentivou seus subordinados a tomarem parte nos atos pró-governo federal. "A gente trabalha incansavelmente aqui em Pernambuco a importância de termos uma polícia rigorosa na segurança pública em relação à criminalidade, mas que respeite os direitos humanos e as garantias de ir e vir das pessoas. Não vamos admitir em nenhum momento a politização das nossas polícias e das forças de segurança. Então, eu espero que haja serenidade e responsabilidade de todos os que vão participar de protesto amanhã", disse o governador, em entrevista à rádio CBN Recife.

Especificamente no caso dos policiais militares, Paulo Câmara lembrou que a questão da hierarquia é muito importante. O socialista fez questão de afirmar que respeita todos os policiais e, portanto, é necessário que eles saibam respeitar também os regulamentos de hierarquia da PM estadual. "Não vamos admitir politização no âmbito das nossas forças policiais. Qualquer ato que possa descumprir os regulamentos instituídos é alvo de punição. Com apuração adequada, com o devido respeito ao contraditório", sinalizou à tropa.

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Preocupação com as manifestações

O governador disse ter uma preocupação com as manifestações convocadas para o feriado de 7 de setembro pela forma como elas foram convocadas e pelos ataques feitos pelo presidente Bolsonaro às instituições ao longo dos últimos meses. Ele afirmou, porém, que espera que os atos em Pernambuco sejam pacíficos e ocorram dentro do espírito democrático. "Vamos ficar atentos a excessos. Não vamos admitir excessos. E eu espero que os manifestantes respeitem o estado democrático de direito e as instituições. A gente espera que ocorra na ordem que foi combinada com os organizadores", afirmou.

Segundo Paulo Câmara, todos os organizadores de atos, no Recife e no interior, foram procurados pelas autoridades estaduais para conversar, inclusive para alinhar o roteiro das manifestações. Esse movimento foi feito, principalmente, para evitar cenas de violência policial como as que a PM praticou contra manifestantes anti-Bolsonaro em maio deste ano. "Desde o incidente que nós tivemos em 29 de maio que nós atuamos para não deixar, realmente, que nunca mais ocorra cenas como aquelas em Pernambuco. Temos tido o cuidado de chamar previamente os organizadores de todos esses atos para conversar, combinar o roteiro. É bom para quem vai se manifestar, para quem está acompanhando, e para quem não está participando", declarou.

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Atos no Recife

A capital pernambucana terá, pelo menos, três grandes atos neste 7 de setembro, dia que marca a independência do País. Os movimentos e partidos de direita farão dois atos: uma passeata - liderada pela Aliança por Pernambuco e pelo Movimento Direita Pernambuco - e a carreata da "Independência Dia 07/Dia D pela nossa liberdade", organizada pelo B38. Ambas ocorrerão na Zona Sul do Recife. O terceiro grande ato será a 27ª ediçao do Grito dos Excluídos e das Excluídas realizado pelo Fórum Dom Helder Câmara e que vai contar com a participação de movimentos ligados à esquerda e à defesa dos direitos humanos.