A lava do vulcão Cumbre Vieja, localizado em La Palma, nas ilhas Canárias, já avançou por mais de 166 hectares da região, destruindo cerca de 350 edifícios. Dados indicam um incremento de, pelo menos, 30 edificações e 12 hectares destruídos, em relação à quarta-feira.
A área tem o cultivo de bananas como principal atividade econômica. Segundo especialistas, a erupção vulcânica, que teve início no último domingo (19) e chegou ao 6º dia, nesta sexta-feira (24), pode durar mais 79 dias.
Îles Canaries
— North African Legacy (@NorthAfricanL) September 20, 2021
Destruction causée par la lave s'écoulant du volcan Cumbre Vieja sur l'île de #LaPalma pic.twitter.com/2OTIoSX2cj
Estabilidade e avanço da lava
Na quinta-feira (23), o Departamento de Segurança Interna (DHS) espanhol confirmou que, mesmo que o vulcão tenha entrado em uma zona de estabilidade e a velocidade da lava tenha diminuído, a atividade eruptiva continua ativa. No momento, a lava avança cerca de quatro metros por hora e pode chegar a barreiras de oito a 15 metros.
>> Vídeo: entre a tristeza e a beleza da erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias
Volcán de Cumbre Vieja en La Palma, solo hay una palabra para describir esto ¡impresionante!#cumbrevieja pic.twitter.com/vc6NDEV7GQ
— Justo (@Justo04276241) September 19, 2021
Sem feridos
Já foi divulgado, pelas autoridades da região, um alerta sobre a atividade vulcânica após o registro de grande número de abalos sísmicos semanas antes. Assim, foi possível realizar operações de evacuação nas áreas expostas à erupção. A erupção do Cumbre Vieja provocou a evacuação de 6.100 pessoas, entre elas 400 turistas, mas sem que houvesse qualquer registro de mortos ou feridos.
>> Vulcão Cumbre Vieja: colunas de lava seguem provocando destruição e evacuações
Nesta quinta (23), Felipe VI, o rei da Espanha, visitou a ilha de La Palma, acompanhado da rainha Letizia para demonstrar seu apoio e solidariedade com as pessoas afetadas. Acompanhado pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que regressou à ilha, depois de voar diretamente da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O monarca se encontrou com pessoas que tiveram que deixar suas casas e prometeu que "não faltará ajuda". "Aqui estão todas as administrações representadas e esse compromisso é muito claro, elas vão fazer tudo o que está em suas mãos", disse Felipe VI aos jornalistas.
"São dias e noites de tristeza imensa e de angústia para tantas famílias, como pudemos ver agora na visita", acrescentou. "Custará muito voltar à normalidade. Muito, isso ninguém pode negar, mas toda [a ilha de] La Palma saíra disso", garantiu. "Todas essas famílias, apesar do desastre, terão um futuro, porque todos vamos ajudá-las a recuperar suas vidas".
Fluxo interrompido
Um dos dois fluxos ativos de lava do vulcão Cumbre Vieja nas Ilhas Canárias, na Espanha, que estava destruindo tudo pelo caminho, interrompeu o seu deslocamento, segundo anúncio do comitê de emergência.
"Uma das línguas [de lava] está parada", disse aos jornalistas María José Blanco, diretora do Instituto Geográfico Nacional (IGN), em coletiva após a reunião do Comitê Diretor do Pevolca (Plano de Emergências Vulcânicas das Ilhas Canárias).
O outro fluxo, por sua vez, "continua avançando, mas muito mais lento que anteriormente", a cerca de quatro metros por hora, acrescentou a responsável do IGN após o quinto dia de erupção.
Blanco, contudo, esclareceu que isso não significa que o vulcão tenha perdido força: "o centro de emissão segue ativo, com uma coluna [de cinza e gases] que atinge 4500 metros de altura".
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O fluxo ativo tem 12 metros, em seu ponto mais alto, e 500 de largura, detalhou Blanco, dimensões estas que explicam a lentidão do deslocamento.
O motivo da parada ou da desaceleração de um fluxo de lava se dá pelo fato de que fica cada vez mais difícil "avançar porque [o fluxo] tem que incorporar todo o material que já está depositado, que já tem grande volume e está frio em sua superfície", explicou Blanco.
Além disso, a especialista acrescentou que as características do terreno têm papel fundamental no avanço destrutivo: ele não depende apenas "da emissão, da temperatura e da fluidez da lava, mas também da topografia". "Possivelmente, a topografia tem domínio sobre a evolução do deslocamento de lava", concluiu a especialista.
Confira o momento da erupção