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Alunos da rede pública não dominam português e matemática, diz estudo

TV Jornal
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Publicado em 21/03/2019 às 10:15

-TV Jornal / Reprodução

Um levantamento realizado no ano de 2017 pelo "Movimento Todos Pela Educação" constatou que, dos alunos da rede pública que concluíram o Ensino Fundamental no Brasil, 66,2% não obtiveram conhecimento satisfatório em português e 84,5% não dominavam matemática.

Em Pernambuco, os números também revelam grande deficiência nessas matérias. Dos alunos de escolas públicas do Estado que concluem o 9º ano do Ensino Fundamental, 74% entram no Ensino Médio sem o domínio do português. Quando parte para a disciplina da matemática, a porcentagem é ainda maior, 89%.

Déficit

A professora da Rede Municipal do Recife, Ednilze Melo, que ensina matemática há 25 anos, conta que muitos alunos não dominam assuntos considerados básicos da matéria. "Os alunos estão chegando ao 9º ano sem saber as quatro operações. Não adianta eu ir para um assunto que exige um conhecimento que eles ainda não possuem", contou a professora.

Segundo o diretor executivo de ensino do Recife, Rogério Morais, é necessário um cuidado em todos os anos do processo letivo. "O resultado medido no 9º ano é consequência de todos os anos anteriores. Precisamos entender a dinâmica da escola, criar modelos diferentes e dar uma dinâmica de aprendizagem mais atrativa aos estudantes", disse o diretor.

Os dados mais alarmantes estão entre os concluintes do 3º ano do Ensino Médio da Rede Pública de Pernambuco. Apenas 4,9% tinham conhecimento adequado em matemática e 23,3% em língua portuguesa. "A gente tem problemas com alunos que estão no terceiro ano e não sabem fazer uma separação silábica. Então, a nossa obrigação é de restaurar esse aprendizado", relatou a professora de português de uma escola pública, Rejane de Melo.

Para o representante do Todos Pela Educação, Gabriel Correa, apesar de alguns avanços no Ensino Médio da rede pública de Pernambuco, os níveis de aprendizagem no Estado ainda estão muito críticos e é fundamental que os gestores coloquem esse problema como prioridade para conseguir oferecer, para as crianças e jovens, oportunidades iguais de ensino".