LGBT

Confira o primeiro episódio da série "Identidades"

O primeiro capítulo de "Identidades" tem como foco a violência e o preconceito a pessoas do grupo LGBT

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FOTO: Reprodução/TV Jornal

A homofobia se faz presente no Brasil de uma forma assustadora. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, foram registrados, entre os anos de 2011 e 2018, um total de 4 mil 442 assassinatos motivados por esse tipo de preconceito no país. Em estimativa, a cada 16 horas, um LGBT é morto. Com esses números, o Brasil é o país onde mais se mata LGBT'S no mundo.

No estado de Pernambuco, foram contabilizados 33 assassinatos à parcela não heterossexual da população em 2018. O primeiro episódio da série "Identidades" mostra a dor de Eleonora Pereira, mãe que teve seu filho morto, vítima de homofobia. Quando não resulta em morte, as agressões deixam marcas para o resto da vida, como é o caso do bailarino Adelmo do Vale, violentado por cinco homens no centro do Recife e da enfermeira Fernanda Falcão, transexual que foi presa injustamente.

Confira:

José Ricardo Pereira

Em outubro de 2010, o professor de dança José Ricardo Pereira, de 24 anos, desapareceu. Ele foi encontrado no Hospital da Restauração (HR) por sua mãe, Eleonora Pereira, e passou três dias em coma por ter sido agredido a pauladas. José não resistiu e faleceu. A agressão aconteceu no meio da ruma, em local próximo ao bairro onde ele morava, na Zona Oeste do Recife. Os agressores eram conhecidos da vítima, já haviam tido um relacionamento amoroso com José. A justiça reconheceu que o crime foi motivado pelo preconceito contra a orientação sexual da vítima, ou seja, homofobia. A dupla de assassinos foi julgada e condenada a 18 anos de prisão.

Adelmo do Vale

O bailarino Adelmo do Vale também foi vítima de preconceito homofóbico e violência. Ele estava de mãos dadas com o namorado, no centro do Recife, quando cinco homens o abordaram com o objetivo de agredi-lo "Me puxaram para o meio da pista e começaram a me chutar, bater e puxar meu cabelo. Senti muitas dores, passei três dias sem me mexer e quinze dias sem conseguir andar, relatou.

Fernanda Falcão

A enfermeira e transexual Fernanda Falcão foi expulsa de casa quando tinha apenas 15 anos. Ela pagou a graduação no curso superior com dinheiro que conquistou através da prostituição. Acusada de ser traficante de drogas, ela foi presa por policiais de forma injusta, fato que foi comprovado no ano de 2017, quando ela foi inocentada pela justiça. Durante os mais de três anos que passou trancada em uma cela com 99 homens e outras duas mulheres trans, Fernanda foi vítima de violência sexual e estupro "Fui estuprada, abusada, espancada até eu não ter mais forças", contou. Atualmente, Fernanda enfrenta dificuldades para conseguir um emprego devido à sua identidade de gênero.

Próximo episódio

A segunda reportagem da série, que vai ao ar nesta quinta-feira (16), vai tratar sobre assuntos de identidade de gênero com depoimentos de profissionais da saúde e pessoas transexuais, que não se identificam com o corpo que nasceram.