As fortes chuvas no mês de junho de 2010, que atingiram cidades da Mata Sul de Pernambuco, causaram um grande estrago: 12 pessoas morreram, 27 ficaram desabrigadas e 57 mil desalojadas. Visando a evitar um novo cenário de destruição, o Governo do Estado de Pernambuco planejou a construção de cinco barragens para conter a água das chuvas.
No entanto, após quase nove anos, apenas a barragem de Serro Azul, que fica no município de Palmares, foi concluída. As outras quatro barragens em construção na Mata Sul do Estado ainda estão em processo de finalização. Todas já sofreram paralisações nas obras e não há uma previsão concreta para conclusão dos serviços.
Na última quarta-feira (29), o alagamento causado pelas fortes chuvas no município de Barreiros, na Zona da Mata Sul, deixou 375 famílias desabrigadas.
Confira todos os detalhes
Situação das obras
Barragem de Panelas II - 50% da obra foi concluída
Barragem de Igarapeba - Apenas 38% da obra foi concluída
Barragem de Barra de Guabiraba - Apenas 25% da obra foi concluída
Barragem de Gatos - Apenas 20% da obra foi concluída
Falta dinheiro
A expectativa do Governo do Estado é conseguir com o Governo Federal um repasse de R$ 56 milhões até o fim de julho de 2019. Essa quantia será utilizada para finalizar a obra da barragem de Panelas, em Cupira, por ser a construção mais próxima de ser concluída.
Segundo a secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco, Fernandha Batista, faltam R$ 320 milhões para que o Governo do Estado consiga concluir as obras das quatro barragens não finalizadas e o órgão precisa de ajuda financeira do Governo Federal para terminar os serviços. "Temos solicitado os investimentos complementares para retomar as obras das barragens de Gatos, de Igarapeba e de Barra de Guabiraba", disse a secretária.
Ainda segundo ela, a previsão é de que, possivelmente, conseguirão levantar os R$ 56 milhões para concluir a barragem de Panelas ainda este ano e a elaboração de um cronograma será feita até o fim de 2019, contendo datas concretas de retomada das obras das quatro barreiras.
Alerta
De acordo com o engenheiro civil Alexandre Gusmão, a demora para concluir as barragens, juntamente com as paralisações nas obras trazem uma série de prejuízos "Se parte do serviço é feito e abandonado, ainda mais com períodos de chuva prolongados como ocorreram, podem haver problemas de erosão e o aterro pode ficar comprometido. Portanto, na hora que essas obras forem novamente mobilizadas, serviços terão que ser feitos novamente, implicando em maiores prazos e custos", esclareceu Alexandre.