Morte

Atlas da Violência 2019: Negros morrem cada vez mais em Pernambuco

Em 2018, foram registrados 4.170 assassinatos no Estado. De 2007 a 2017, a taxa de homicídios de negros aumentou mais de 30% no Brasil

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O Atlas da Violência de 2019 mostra que negros e moradores de comunidades são maioria entre os assassinados. Em Pernambuco, foi registrado, no ano de 2018, um número de 4.170 homicídios. 56% dos casos segue sem solução e a maioria dos assassinatos ocorrem em lugares com baixos índices de indicadores sociais, como nas periferias.

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Entre os anos de 2007 e 2017, a taxa de homicídios de pessoas negras cresceu 33,1%. A mãe Joelma de Andrade sofre com a morte do filho. Morador de periferia e negro, Mário foi assassinado com três tiros por um policial militar enquanto andava de bicicleta no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife. "Meu filho não teve direito à vida", lamenta Joelma. São casos como esse que reforçam a diferença nos números de estatísticas envolvendo a cor da pele.

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Direito à vida

A vida é um direito garantido na Constituição Federal do Brasil. Na teoria, todas as pessoas têm o direito de viver na Declaração Universal dos Direitos Humanos. É um direito básico e fundamental para a garantia dos outros direitos. "De que adianta eu ter direito à vida se eu não tenho direito à saúde, educação, e alimentação?", reflete o sociólogo Gustavo Gomes.

População negra

O homicídio é a principal causa de mortalidade entre jovens até 29 anos de idade. E quando relacionada à população negra, os números de mortes são maiores. "A juventude negra no Brasil é a linha de frente de um genocídio contra o povo negro. O fato de não ser branco, de ser pobre, de morar em uma comunidade periférica coloca esses jovens em maior risco", explicou Ciane Alves, socióloga.

Nota

Sobre os assassinatos de Ednalva Santos de Santana e Jaqueline Santos de Santana, mãe e filha, respectivamente, a polícia informou que existe um mandado de prisão contra o suspeito e que ele continua foragido.