O número de vítimas de possíveis agulhadas, durante o carnaval 2020, subiu para 69, no Hospital Correa Picanço, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, os casos teriam acontecido no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, e também no município de Orobó, no Agreste do Estado.
São 41 vítimas do sexo feminino e 28 masculino, que alegaram terem sido furadas por agulhas durante as festas de carnaval. Após triagem, 65 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções.
Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação) e o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados, após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.
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Índice de transmissão
Os pacientes também foram orientados a realizarem o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE), espalhados por vários municípios do Estado.
Os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média apenas 0,3%. Todos os pacientes também receberam a indicação de procurar os órgãos policiais para investigação das ocorrências.
Carnaval 2019
Em 2019, cerca de 300 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço alegando terem sido furadas por seringas, durante os festejos de Momo. Não houve casos positivos relacionados ao evento.
Polícia
A Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou, durante o Carnaval, 43 boletins de ocorrência com denúncias de pessoas relatando terem sido atingidas por algum tipo de objeto perfurocortante. Foram 10 denúncias no sábado (22), 15 no domingo (23) e mais 18 na segunda-feira (24), sendo 11, em diversos pontos de Olinda e sete no Recife. Inquéritos foram instaurados e os casos estão sendo apurados.
Uma parte dos denunciantes relatou a exposição, nesse Carnaval, a outras formas de risco de contração do HIV e outra não soube descrever com precisão as circunstâncias e o momento em que foram tocadas por objeto perfurocortante.
As denúncias foram registradas no posto de atendimento 24h que a PCPE instalou no Hospital Correia Picanço. A unidade conta com equipes formadas por delegados, escrivães, agentes e peritos papiloscopistas. Os policiais civis coletaram os depoimentos, dentro do procedimento das diligências, para identificar e capturar os suspeitos dessa prática.