A tradição é mantida por muita gente. Quando começa a quaresma, o cardápio muda e o peixe entra em cena. É assim com a professora Isabel Cristina Alencar e a família dela. “Eu aprendi com minha avó, com minha mãe e minha filha também respeita a tradição. Eu fico feliz em comer peixe nessa época”, contou ela. No Mercado Público de São José, a área de pescados funciona a todo vapor para atender a esses consumidores. E a boa notícia é que os preços estão praticamente os mesmos do ano passado e alguns tipos estão até mais baratos.
Veja a tabela de preços dos peixes mais consumidos no período (Mercado de São José):
Corvina R$ 12,00 Kg
Cioba R$ 25,00 Kg
Albacora R$ 18,00 Kg
Arabaiana R$ 22,00 Kg
Bacalhau Imperial do Porto R$ 25,90 Kg
Segundo os comerciantes, os preços foram mantidos agora no início da Quaresma porque os fornecedores estão com os peixes em estoque e a procura ainda é pequena, mas não deve demorar muito para os valores aumentarem. “Já estamos sofrendo com a escassez de alguns tipos de peixe mais populares, como o cavalinha. Eles estão em falta e isso é um sintoma de que vem aumento por aí”, avaliou seu José Severino Neto, que comercializa no Mercado de São José há 48 anos. Por isso, o comerciante recomendou antecipar a compra do peixe e congelar.
Entre todos os produtos, um tem chamado a atenção porque aumentou muito de preço: o camarão. É que criadouros pernambucanos enfrentaram a proliferação de um vírus que provoca a doença da "mancha branca", desde outubro do ano passado. O vírus não afeta os humanos, mas provoca a morte dos camarões nos cativeiros, baixando muito a produção. Por isso, encontramos o camarão seco sendo vendido a R$ 48,00 por quilo, enquanto que no ano passado ele custava R$ 38,00, por quilo.
Ovo de Páscoa fica 3,4% mais caro
Enquanto que o preço do peixe se manteve no Mercado Público de São José, outros produtos da ceia natalina estão sofrendo reajustes. O campeão do ranking de aumentos é o ovo de Páscoa, que pode ser encontrado nos supermercados 3,4% mais caro. A constatação é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que identificou ainda que a variação de preços vai ser pouca também em outros produtos. O bacalhau foi o item que sofreu a menor variação (1,5%), mas na lista também entram a colomba pascal (2,5%), peixes em geral (2,6%), refrigerante (3,1%), vinho importado (3,2%), azeite (3,2%), vinho nacional (3,3%) e cerveja (3,7%).