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Rio Formoso: um mês após chuvas, moradores tentam recomeçar

TV Jornal
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Publicado em 28/06/2017 às 13:01

-TV Jornal/Reprodução

Um mês após as fortes chuvas que castigaram o Agreste e a Zona da Mata Norte de Pernambuco, o cenário ainda impressiona. Em Rio Formoso, um dos municípios mais afetados, é possível visualizar as marcas de água nas paredes das casas e resquícios de móveis e colchões que se estragaram na enchente.“A casa rachou todinha por dentro. O piso, a parede”, comentou Manoel de Oliveira, contabilizando os prejuízos.

Com uma enxada, Maria Lindalva da Conceição, mas conhecida como "Veinha", quebrava restos de entulho para melhorar a passagem de carros e pedestres. A casa dela, que fica às margens do rio, foi completamente destruída. Nada lhe restou, a não ser a esperança de recomeçar. “O que passou, passou. Vamos seguir em frente que Deus dá tudo de volta. É ter fé em Deus e lutar, né?”, disse, com um sorriso no rosto.

Assim como Maria Lindalva, várias famílias que estavam abrigadas em escolas da cidade começaram a voltar às suas casas. Algumas instituições de ensino retomaram as aulas, mas não terão as férias do mês de julho, para compensar os dias sem atividades. As ruas que foram danificadas pelas águas estão recebendo calçamento novo.

No entanto, a situação continua complicada no sistema de saúde de Rio Formoso. O posto Santa Edwirges e o Hospital Maria José Monteiro continuam interditados. O atendimento médico da população está sendo feito no Hospital de Campanha do Exército. Até essa terça-feira (27), cerca de 2.230 pessoas foram atendidas.

Crianças e idosos estão entre os mais atendidos na Unidade montada na PE-60. “No caso das crianças, na parte de pediatria, nós atendemos quadros febris relativos a focos inflamatórios, diarreias, vômitos e síndromes respiratórias. Já os idosos, a maior prevalência é hipertensão arterial e diabetes não controladas”, comentou o Major José Salvino, um dos responsáveis pelo Hospital.

Balanço

O Governo de Pernambuco divulgou um novo balanço das chuvas, na manhã desta quarta-feira (28). Mais de 50 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas. Atualmente, o número caiu para 8.205. Foram confirmadas 5 mortes por causa das enchentes.

O Estado afirmou que foram gastos R$ 22 milhões com as cidades afetadas pela chuva. Já foram solicitados mais de R$ 25 milhões ao Governo Federal para obras de contenção e reconstrução das cidades, mas até agora, somente R$ 5 milhões foram enviados pela União. Ao menos 27 cidades continuam em estado de emergência, e devem permanecer assim pelos próximos 5 meses.