Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco divulgaram os resultados de um estudo que confirmou a presença do vírus zika na saliva do mosquito comum, do gênero culex, mais conhecido como muriçoca. Isto significa, de acordo com a fundação, que a muriçoca pode também ser uma transmissora do vírus zika. Os resultados foram publicados nesta terça-feira (9) na revista inglesa Emerging microbes & infections, do grupo Nature.
Metodologia
A equipe de pesquisadores coletou muriçocas infectadas com o vírus zika em bairros da Região Metropolitana do Recife e, em laboratório, comprovaram que o vírus consegue se multiplicar dentro do animal e chegar até a glândula salivar. Durante a pesquisa, pela primeira vez os pesquisadores conseguiram fotografar com o auxílio de microscópios eletrônicos a formação de partículas do vírus zika na glândula do inseto.
Agora, os pesquisadores vão analisar “o papel e a importância dessa espécie de mosquitos na transmissão do vírus zika”, conforme divulgado no informativo da Fiocruz. O vírus zika é apontado como principal causador da microcefalia em bebês.
Números
Em todo o país, 30 bebês com microcefalia já morreram por complicações provocadas pelo vírus zika, segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Pernambuco é o estado com maior incidência dos óbitos: só nos primeiros seis meses deste ano, 07 crianças com a malformação morreram no estado e 103 mortes estão sendo investigadas. Além disso, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 83% dos municípios pernambucanos estão em situação de risco elevado de enfrentarem um novo surto do zika vírus, por causa do acúmulo de água e de lixo durante o inverno - ambientes favoráveis para a proliferação de mosquitos.