“Tinha uma mulher na entrada e ele já chegou dando um tapa no rosto dela e estourando um idoso no chão. Quando ele veio para cima de mim, disse que ia chamar meu filho. Ele colocou a pistola nas minhas costas e atirou para a cima. Não teve conversa, teve tapa e bala”. O relato foi feito pela dona de casa Ana Paula da Silva, no final da manhã desta terça-feira (29). Ela era uma das 60 pessoas que há três dias fazia parte da ocupação irregular de um terreno particular na Rua José Natário, em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife.
Os ocupantes denunciam que estavam limpando o terreno para construir moradias, quando foram surpreendidos por um homem que se dizia proprietário do terreno e outro que teria chegado armado se dizendo policial. A Polícia Militar (PM) foi acionada para resolver o conflito e confirmou não haver ordem da Justiça para a reintegração de posse. Tampouco o suposto proprietário apresentou documentos do terreno.
O policial que comandou a ação pertence ao Grupamento Tático Aéreo (GTA) e não encontrou a arma de fogo que os ocupantes do terreno denunciaram. Apenas uma foice foi localizada. De acordo com o suposto dono do terreno, a ferramenta teria sido usada pelas pessoas que estavam no local contra ele, mas segundo os ocupantes, a foice estava sendo usada para cortar o mato.
Para tentar solucionar o caso, ocupantes e o suposto policial foram levados para a Central de Plantões. O homem que se dizia dono do terreno pulou o muro para não ser visto ao sair.
Resposta
Questionada sobre o fato de um grupamento especializado em ações aéreas estar na ocorrência, a assessoria de comunicação da Polícia Militar, por meio de nota, informou que "foi acionada para dar apoio policial a uma ocorrência onde pessoas estavam tentando invadir um terreno particular na Rua José Natário, porém ao chegar ao local indicado, o solicitante não foi encontrado". No entanto, não soube explicar a presença da GTA.