Moradia

Protesto interdita via e complica trânsito na Zona Sul do Recife

TV Jornal
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Publicado em 14/09/2017 às 7:53

-Reprodução/TV Jornal

Moradores da Comunidade do Pocotó, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, realizam um protesto, na Rua Ernesto de Paula Santos, na descida do Viaduto Tancredo Neves, na manhã desta quinta-feira (14). Os manifestantes queimaram lixo e pneus, e interditaram a via, que liga o bairro de Boa Viagem ao da Imbiribeira. Nenhum veículo está passando pela via, e os passageiros de ônibus estão tendo que descer para completar o caminho a pé.

Com o apoio de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), eles pedem para dialogar com a Prefeitura do Recife. Na última segunda-feira (11), a comunidade, localizada em cima do Túnel Augusto Lucena, recebeu um prazo de 72h para deixar o local. Os moradores alegam que não têm para onde ir.

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Entenda

Na última segunda-feira (11), as 12 famílias que moram na comunidade do Pocotó, em cima do Túnel Augusto Lucena e ao lado do Viaduto Tancredo Neves, amanheceu com uma ordem de desocupação da área em um prazo de três dias. A ordem foi entregue por uma equipe composta por um oficial de Justiça, representantes da Prefeitura da Cidade do Recife e policiais militares entregaram.

Os moradores não assinaram o documento, mas afirmam que já foram alertados de que podem ser retirados do local com uso de força policial, caso descumpram a determinação. As famílias vivem em meio a incertezas desde abril. Em 1º de setembro, a 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital determinou a imediata desocupação do local, atendendo a pedido da prefeitura. Após o recebimento da determinação nesta segunda, os moradores têm ainda mais medo. "Eles entregaram o documento e disseram que, se a gente não sair, o batalhão vem aqui nos tirar", afirmou a moradora Juliana Rodrigues, que mora há cinco anos na comunidade com a família.

Sem ter para onde ir

De acordo com moradores, as cerca de 40 pessoas que vivem na comunidade não têm opções. "Nos indicaram um terreno que fica na beira da maré. Nós não temos como ir para lá, é muito arriscado, tem crianças que podem cair na maré", disse preocupada a moradora Juliana. "A situação é terrível. Já acordamos com uma bomba dessas. Tem gente que mora aqui há 15 anos. A gente não tem para onde ir", concluiu, explicando que uma comissão de moradores vai pedir ajuda à Defensoria Pública ainda na manhã desta segunda-feira.