Talento, criatividade e singularidade. Detentos que cumprem pena no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no Complexo do Curado, encontraram no artesanato um caminho para a profissionalização e ressocialização. O projeto é uma realização do Governo de Pernambuco, através da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).
No total, 16 reeducandos participam da iniciativa, que representa não só uma ocupação produtiva que contribui com a rotina de disciplina na unidade penal, mas leva uma nova perspectiva de vida. Os artesãos utilizam cabo de vassoura, palito e tronco de árvore como matéria-prima para criar esculturas religiosas, pássaros e casas de madeira.
Peças
A venda das peças produzidas ajuda no sustento das famílias dos detentos. A unidade prisional fica responsável por guardar os objetos e encaminha para as famílias dos reeducandos venderem as artes. Os preços variam de R$ 5 a R$ 3 mil, a depender do produto.
Cumprindo pena no presídio há um ano e meio, Cristiano da Silva, de 31 ano, vê na arte um meio de pensar no futuro e esquecer os delitos que cometeu. “É incrível a minha sensação de bem estar em saber que mesmo estando preso, estou produzindo, me sentindo útil e ajudando minha família”, relata o artesão.
A psicóloga Graça Sousa acompanha de perto as atividades laborais executadas no presídio e destaca os benefícios das práticas. “Elas provocam ganhos na atenção cognição, motivação” explica. “Além disso, a gente percebe a diminuição da violência na unidade prisional”, explica.