Investigação

Morte na Nicarágua: Corpo de Raynéia chega ao Recife na 6ª

TV Jornal
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Publicado em 31/07/2018 às 16:10

-Reprodução/TV Jornal

O corpo da pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, morta na Nicarágua, chegará ao Recife às 00h35 desta sexta-feira (3). Os R$ 16 mil pagos para trazer a jovem foram custeados pelo Governo de Pernambuco. O corpo da estudante de medicina seguirá do Aeroporto do Recife para o cemitério Morada da Paz, onde será sepultado às 11h da sexta-feira (3).

"Para a nossa surpresa e tristeza, o Governo Federal não arcou com quantia alguma do processo. Mas o que não podíamos aceitar que Raynéia fosse enterrada na Nicarágua, que seu corpo fosse entregue para a mãe", afirma o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico. Sobre o processo de investigação, o secretário afirma que o Estado entrou com uma representação na Organização dos Estados Americanos, através do Itamaraty. "As informações dadas pela Nicarágua não são esclarecedoras ou satisfatória", diz.

O crime

Agência Brasil

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi morta, na noite de segunda-feira (23), com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um "um grupo de paramilitares" no sul da capital Manágua.

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram, desde abril, contra o presidente Daniel Ortega que se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

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O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um fórum no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua antes da explosão dos protestos contra Ortega em abril "era parte de uma farsa" porque "nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça".

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.