Prisão

Homem que matou pernambucana na Nicarágua é condenado a 15 anos

TV Jornal / Agência Brasil
TV Jornal / Agência Brasil
Publicado em 12/12/2018 às 17:38

-Reprodução/TV Jornal

Um homem de 42 anos foi condenado a 15 anos de prisão pela morte da pernambucana Raynéia Gabrielle da Costa Lima Rocha, de 32 anos, na Nicarágua, em julho deste ano. A Justiça da Nicarágua sentenciou Pierson Adán Gutiérrez Solís a 14 anos pelo homicídio da estudante de medicina e um ano por porte ilegal de armas.

Gutiérrez Solís atirou contra o carro de Raynéria por considerar que o veículo se movia de forma "errática" e "em atitude suspeita", conforme o jornal local El Nuevo. A prisão do suspeito foi anunciada pela Nicarágua em 27 de julho. Na ocasião, a polícia informou que a arma utilizada no crime foi uma carabina M4, versão de fuzil automático fabricado pela empresa americana Colt, e usada, por exemplo, pelas Forças Armadas Americanas.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota informando que a Embaixada do Brasil em Manágua vinha acompanhando o processo que apurava o homicídio da brasileira e foi informada da condenação de Pierson Adán Gutiérrez Solís.

O crime

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi morta, na noite da segunda-feira, 23 de julho de 2018, com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um "um grupo de paramilitares" no sul da capital Manágua.

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram, desde abril, contra o presidente Daniel Ortega que se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um fórum no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua antes da explosão dos protestos contra Ortega em abril "era parte de uma farsa" porque "nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça".

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.