Rio São Francisco

Fundaj monitora avanço do derramamento de rejeitos em Brumadinho

TV Jornal / Blog de Jamildo
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Publicado em 29/01/2019 às 15:55

-Reprodução/TV Jornal

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (CIEG), revelou nesta segunda-feira que tem condições técnicas de estar monitorando o avanço do derramamento de rejeitos ocorrido no dia 25 de janeiro de 2019 no município de Brumadinho (MG).

No caso, o argumento é ter em conta o deslocamento em direção à Bacia Hidrográfico do Rio São Francisco (BHSF).

Nesta mesma segunda, o ministro da Educação Ricardo Vélez deu posse ao novo presidente da Fundaj, Alfredo Bertini.

Segundo a Fundaj, o Cieg calculou a área atingida: aproximadamente 3,5 km² é a área superficial diretamente atingida pelos rejeitos de mineração até esta data.

O drama é o seguinte: A extremidade de rejeitos dista cerca de 205 km em linha reta até a margem próxima da Represa de Três Marias, cujas águas geram energia para Minas e depois são liberadas para o São Francisco.

No momento, chama a atenção dos pesquisadores do meio ambiente a mancha de derramamento (na cor vermelha) em Brumadinho, a sua proximidade e o deslocamento em direção à Represa de Três Marias, já no leito principal do Alto São Francisco – importante área de recarga hídrica do rio.


“A BHSF abrange cerca de 550 municípios, o que representa, segundo o IBGE, cerca de 7,5% do território nacional e onde habitam 9,6% da população brasileira, com inúmeras atividades econômicas que vão desde o agronegócio até as pequenas propriedades rurais do sertão nordestino e que podem, de alguma maneira, serem afetadas por distintos graus de contaminação a partir deste desastre”.

Big brother intergalático

O Cieg tem pesquisas em andamento no bioma Caatinga com o Centre d’Etudes Spaciales de la Biosphère (Cesbio) da Universidade de Toulouse, na França, e está utilizando imagens do satélite francês Sentinel 2 neste monitoramento.

Segundo a Fundaj, as imagens são gratuitas e têm alta qualidade técnica, sendo possível identificar objetos com até 5m, além de disponibilizar registros da área atingida a cada cinco dias.

Nessas pesquisas, o Cieg tem, também, parcerias com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal de Campina Grande (UFPB) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).