Solidariedade

UFPE recebe doações para vítimas de ciclone na África

TV Jornal
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Publicado em 27/03/2019 às 8:33

-Foto: AFPa

Pernambucanos que desejarem ajudar africanos que sofreram com o ciclone Idai, que provocou mais de 730 mortes em Moçambique, Zimbabué e Malawi, na África, no último dia 15 de março, podem entregar doações até 10 de abril, no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O núcleo funciona no Centro de Educação, no campus Recife.

Estão sendo arrecadados calçados e roupas, lençóis, material escolar (caderno, lápis, borracha, giz de cera, entre outros), material de higiene pessoal e também material de limpeza. "Precisamos de roupas, sobretudo para mulheres e crianças. Sou professora e passei por uma guerra civil em Moçambique. A situação lá está muito ruim. Qualquer ajuda é bem-vinda", diz a doutoranda moçambicana Sónia André, que está responsável por enviar as doações para seu país. "Estou muito preocupada com os professores primários, as crianças, as escolas do interior", comenta Sónia.

Doação de dinheiro

Ela explica que não estão recebendo doações de alimentos, apesar da necessidade, pois fica difícil a logística de mandar para o continente africano. "Quem quiser pode doar dinheiro. Com surtos de cólera, vamos precisar comprar purificadores de água", explica. Depósitos em qualquer valor podem ser feitos na poupança nº 22412-x, agência 3057-0, do Banco do Brasil. O CPF de Sónia, caso seja feita transferência bancária, é 015.791.114-40.

Estragos

Devido ao ciclone, Moçambique está sob alerta de cólera. Segundo as autoridades estrangeiras, há vários registros de mortes em decorrência da doença, nos centros de acolhimentos. Na região da cidade de Beira, a mais atingida pelo desastre, há 228 mil pessoas abrigadas em ambientes sem condições de higiene. A Cruz Vermelha Internacional advertiu que o país enfrenta momento delicado e cercado de ameaças. A comida é escassa.

O cólera, o tifo e a malária são doenças transmitidas através da ingestão de água ou alimentos contaminados e alastram-se em ambientes de pouca higiene. Pelos últimos dados, morreram 446 pessoas em Moçambique. Para as agências humanitárias, o desastre em Moçambique tem semelhanças com as tragédias humanitárias do Iêmen e da Síria.

O ciclone Idai afetou mais de 1,85 milhão de pessoas em Moçambique, de acordo com as Nações Unidas. A estimativa é que 483 mil pessoas tenham sido deslocadas pelas inundações, que destruíram e submergiram uma área de mais de 3mil quilômetros quadrados.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), estima que haja, pelo menos, 1 milhão de crianças afetadas. (com informações da Agência Brasil)