Saúde

Aumento de casos de sarampo no mundo podem piorar

Unicef
Unicef
Publicado em 29/03/2019 às 19:06

-Agência Brasil

No ano passado a epidemia voltou a assustar o Brasil, que anos antes havia eliminado a doença. Em Pernambuco, a baixa cobertura vacinal preocupa especialistas.

Segundo um alerta feito pelo UNICEF, casos de sarampo estão surgindo em níveis alarmantes no mundo, puxados por dez países, responsáveis por mais de 74% do aumento, e por vários países que haviam sido previamente declarados livres da doença.

Globalmente, 98 países reportaram mais casos de sarampo em 2018 do que em 2017, impedindo os avanços contra essa doença fácil de prevenir, mas com grande potencial de morte.

Ucrânia, Filipinas e Brasil tiveram os maiores crescimentos no número de casos da doença na comparação entre os dois anos. A Ucrânia registrou 35.120 casos de sarampo em 2018. De acordo com o governo, outras 24.042 pessoas foram infectadas somente nos primeiros dois meses de 2019. Nas Filipinas, somente neste ano, houve 12.736 casos e 203 mortes, até o último dia 18 de fevereiro, comparados aos 15.599 casos registrados em todo o ano passado.

“Este é um alerta. Temos vacinas seguras, eficientes e baratas contra essa doença tão contagiosa – vacinas que têm salvado quase um milhão de vidas por ano nas duas últimas décadas”, afirma Henrietta H. Fore, diretora executiva do UNICEF. “Esses casos não apareceram da noite para o dia. Assim como os sérios surtos que temos no momento tiveram início em 2018, a falta de ações hoje trará consequências desastrosas para as crianças amanhã”.

O sarampo é muito contagioso, mais do que o ebola, a tuberculose e a influenza. O vírus pode ser contraído por alguém até duas horas depois de a pessoa infectada ter saído do local. Ele é transmitido pelo ar e infecta o trato respiratório, podendo matar crianças malnutridas e bebês que ainda são muito novos para ser vacinados. Uma vez infectado, não há um tratamento específico para o sarampo, por isso, a vacinação é uma ferramenta para salvar a vida das crianças.


Desafios

Infraestrutura precária de saúde, conflitos civis, baixa conscientização da comunidade, complacência e hesitação com as vacinas levaram a vários surtos em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de casos de sarampo aumentou seis vezes entre 2017 e 2018, chegando a 791 casos. Mais recentemente, os EUA viram surtos em Nova Iorque e no Estado de Washington.

“Quase todos esses casos são evitáveis e, no entanto, as crianças estão se infectando, mesmo em lugares onde simplesmente não há desculpa”, afirma Fore. “O sarampo é a doença, mas, na maioria das vezes, o verdadeiro problema é a desinformação, junto com a falta de confiança e a complacência. Precisamos fazer mais para informar todos os pais de forma consistente, para que nos ajudem a vacinar com segurança todas as crianças”.