Alunos de universidades federais do Brasil vão às ruas neste sábado (11) mostrar à sociedade a produção científica que desenvolvem nas instituições em que estudam, afetadas pelo contingenciamento de 30% das verbas repassadas pela União. O s estudantes vão explicar para a população os projetos dos quais participam e a importância que eles têm para o País. Será o Dia Nacional da Balbúrdia Universitária, uma referência à fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que na semana passada disse que cortaria recursos das instituições que estivessem fazendo balbúrdia.
Em Pernambuco, estão confirmados estudantes das duas maiores universidades, Federal (UFPE) e Rural (UFRPE). Essas duas instituições, mais a Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e os Institutos Federal de Pernambuco (IFPE) e do Sertão Pernambucano (IF Sertão), tiveram juntas o bloqueio de R$ 126,6 milhões. O volume dos cortes chega a, pelo menos, R$ 2,2 bilhões.
A unidade de ensino mais afetada no Estado, em valores absolutos, é a UFPE, com R$ 55,8 milhões retidos, seguida da Rural, com R$ 23,6 milhões. O IFPE teve bloqueado R$ 22,2 milhões, enquanto a Univasf contabilizou o corte de R$ 17 milhões. No IF Sertão serão R$ 8 milhões a menos nos cofres da instituição.
Locais de protesto
No sábado, os alunos estarão em três locais do Recife, um de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, e um em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. Na capital, os universitários vão, das 8h ao meio-dia, para a Praça do Derby (bairro de mesmo nome), Praça da Independência (bairro de Santo Antônio) e Parque Treze de Maio (em Santo Amaro).
Em Jaboatão, o ato será perto da estação de metrô de Jaboatão Velho. Em Vitória de Santo Antão, os alunos vão se reunir na Praça da Bela Vista, no Centro. A mobilização está acontecendo pelas redes sociais, em especial o Instagram. Há várias contas com a palavra balbúrdia, acrescida da sigla da universidade.
Motivo
“Precisamos mostrar que tem muita pesquisa importante sendo feita nas universidades. O corte de verbas vai nos afetar, alunos, mas também prejudicará a sociedade”, diz o estudante Ítalo Monteiro, 25 anos, aluno do 4º período de odontologia da UFPE. Segundo ele, foram confirmados eventos semelhantes nas universidades federais do Mato Grosso, Paraná, Sergipe, Alagoas e Campina Grande.
Na manhã desta quarta-feira (8), no campus Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, a reitora Maria José de Sena receberá os colegas reitores das outras federais pernambucanas, além da Secretaria Estadual de Educação, para definirem estratégias conjuntas para pressionar o MEC a reverter o contingenciamento. “Essa redução orçamentária praticamente inviabiliza o funcionamento das universidades. A sociedade precisa compreender a gravidade desse cenário”, destaca Maria José.