Racismo

Estudante da UFRB se recusa a receber documentos de professora negra e gera revolta na internet

O caso aconteceu em uma turma de Ciências Sociais e está repercutindo nas redes sociais

ISABEL CRISTINA ARAUJO DO NASCIMENTO
ISABEL CRISTINA ARAUJO DO NASCIMENTO
Publicado em 10/12/2019 às 17:22
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FOTO: Reprodução

Um vídeo gravado, na noite da segunda-feira (09), tem causado revolta nos internautas. A imagem mostra um estudante da Universidade de Federal do Recôncavo (UFRB), na Bahia, conversando com a professora. Na gravação, a reação da professora é de espanto. “Não estou entendendo?”, diz ela e o aluno argumenta em seguida (o conteúdo é inaudível). Logo depois, a professora estende o braço e diz: “Tome o papel”. E o aluno responde: “Papel na mesa”. A situação causou alvoroço na sala por parte do restante da turma que reprovava a atitude do colega de classe.

De acordo com outros alunos, o rapaz agiu de tal forma porque a professora era negra. O fato aconteceu no curso de Ciências Sociais. A instituição onde ocorreu o fato ainda não se posicionou.

 

Repercussão

Em um segundo vídeo postado na mesma página, a professora disse para a coordenadora do colegiado do curso de História, acionada à sala, que se sentia desconfortável diante de toda a situação, que o fato causou um tumulto na sala e que por isso a permanência do aluno impossibilitaria a continuidade da aula.

Então, a coordenadora do curso pediu para que ele deixasse a sala e prontamente acatou. Os demais alunos aplaudiram a medida da coordenadora e gritaram “racista” a medida que o universitário se aproximava da porta.

 

Procurado para se explicar, o vice-diretor do CAHL, Gabriel Àvila, disse que o estudante ainda não foi ouvido. “A direção tem um limite de atuação. Quem pode expulsar o aluno é a reitoria. A gente ainda vai ouvi-lo e a professora também e aplicar a medida cabível. A primeira suspensão já pode ser aplicada, caso haja comprovação e é de 15 dias, após denúncia formalizada”, disse Àvila.

De acordo com ele, há 15 dias, o aluno agiu de forma agressiva com a professora. “Ele discutiu por causa de uma data de avalição e foi muito agressivo com as palavras e a professora acabou cedendo. Ele tem uma predileção a fazer crítica a essa professora e alunos já tinham percebido o comportamento dele. A professora preferiu não levar adiante, que não chegou a ofensas com caráter racial”, comentou Àvila.

Ele disse que nunca chegou uma denúncia em relação à conduta do aluno ao colegiado e a direção do Cao, mas adiantou: “apesar disso, qualquer atitude racista, homofóbica e machista não são toleráveis no ambiente de ensino”.